Além de garantirem mais condições para o homem do campo conviver com as adversidades do clima semiárido, as Tecnologias Sociais representam a oportunidade de proporcionar a organização das comunidades na luta por seus direitos e pela implementação de políticas públicas que ajudem a enfrentar a estiagem que já afeta a região por meia década seguida. Sem as entidades que compõem a Articulação do Semiárido (ASA) essa tarefa seria praticamente impossível.
Exemplo dessa organização encontramos no Assentamento 1º de Maio, em Caraúbas (RN), onde um grupo de mulheres arregaçou as mangas e criou uma horta comunitária que, juntamente com os quintais produtivos, garante a alimentação.
Manter uma tecnologia por si só não é suficiente para mudar a realidade do Semiárido. Por isso, é essencial propagá-la. Esse papel é desempenhado com desenvoltura pelo educador ambiental José Rubenildo Pereira, em Teixeira (PB). Além de ser um exemplo de como valorizar cada palmo de terra e gota de água, o agricultor familiar mostra como é factível e até prazeroso cuidar da sua propriedade utilizando técnicas agroecológicas. Sua atividade é divulgada nas escolas públicas e num programa de rádio local.
Em Umarizal (RN), seu Chico Raulino também se destaca pelo zelo com as coisas do campo. Distribuir mudas com a comunidade é o seu hobby. Ver uma muda virar planta não tem preço para ele.
Os resultados obtidos por muitos pequenos agricultores familiares do Nordeste provam que conviver com as adversidades climáticas do Semiárido brasileiro não requer grandes investimentos. Os quintais produtivos, segundo Andréa Sousa, técnica do Centro de Pesquisa e Assessoria (Esplar), rendem uma diversidade maior de alimentos, que permitem a segurança alimentar das famílias, fundamental nesse período de escassez de chuvas, e o excedente garante a viabilidade econômica da atividade.
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