terça-feira, 22 de novembro de 2016

Dirigentes do PCdoB fazem encontro com os vitoriosos

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Recursos e seca. Essas são as duas principais preocupações dos prefeitos e vice-prefeitos eleitos pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) no Ceará. De acordo com o presidente estadual do partido, Luis Carlos Paes, o cenário que se avizinha é de contenção de gastos em todas as esferas "e dessa seca que teima em não acabar".
A avaliação foi feita em entrevista ontem, durante evento realizado pelo partido para reunir os oito prefeitos e parte dos vice-prefeitos eleitos pelo partido no Ceará, no pleito encerrado no início de outubro passado. De acordo com Paes, o objetivo do evento era "discutir ideias e experiências com outros companheiros que já passaram pela gestão municipal".
E coube ao deputado estadual e ex-prefeito de Crateús, Carlos Felipe, resumir essa experiência: "Vocês não receberam um presente". Segundo o parlamentar, talvez esse seja o pior período político para assumir uma Prefeitura e, por isso, é preciso ver a Prefeitura como "uma missão". Os motivos são a PEC do Teto de gastos, que limita o crescimento dos gastos da União, atualmente sendo discutida no Senado, após sua aprovação na Câmara dos Deputados. Segundo Carlos Felipe, com a proposta, os municípios devem ser atingidos por uma queda de repasses de recursos pelo governo federal. Felipe foi prefeito de Crateús.
E recursos são, para José Maria Gomes, prefeito eleito do Município de Farias Brito, o grande problema dos próximos quatro anos. "Enquanto o Estado brasileiro funcionar da forma como funciona, a maior parte dos tributos com a União e pouco dinheiro para os municípios, que é efetivamente onde as coisas acontecem, a execução dos projetos ficará prejudicada", diz.
A maioria dos municípios cearenses não tem arrecadação própria, ficando totalmente dependente dos recursos constitucionais que são o Fundo de Participação dos Municípios e o ICMS. O primeiro é liberado pela União, e o segundo pelo Estado todos os meses.
Em tais circunstâncias, o ex-senador e secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Inácio Arruda, dá um conselho: economizem. Citando o exemplo de Santana do Acaraú, sob a gestão do também ex-deputado federal João Ananias, Inácio afirmou que é preciso "ter capacidade de dialogar com a população que o Município não pode absorver tudo isso (referindo-se aos impactos da crise) porque a Prefeitura vai acabar quebrando". Ele também sugeriu que os prefeitos busquem áreas onde pode haver uma vocação econômica maior.
Seca
As dificuldades impostas pela estiagem também figuram entre as prioridades dos prefeitos filiados ao PCdoB. Com o Estado enfrentando uma seca histórica, a questão hídrica vem afetando a quase totalidade municípios cearenses. "É torcer para chover, porque a água está acabando", lamenta o prefeito eleito de Farias Brito.
"Com cinco anos de estiagem, isso com certeza é um grande agravante", afirma Inácio Arruda. Para o secretário, o drama demandará uma ação conjunta dos prefeitos com o Governo do Estado para tentar contornar a situação.

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