Os moradores da cidade de Orós, na região Centro-Sul do Ceará, não apareceram na manhã deste domingo, 20, para participarem de nova manifestação contra a abertura da válvula do reservatório em vazão máxima de 16m3/s para transferir água para o Açude Castanhão e de lá para a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), além de abastecer cidades e localidades do Baixo Jaguaribe.
Neste mês de novembro houve ampliação da vazão em uma operação de esvaziamento do Açude Orós, o segundo maior do Ceará, que acumula atualmente 17% de sua capacidade, cerca de 2 bilhões de metros cúbicos. A vazão máxima da válvula atrai visitantes oriundos de municípios da região e moradores.
Na quarta-feira passada houve protesto que reuniu centenas de participantes, a maioria jovens, estudantes, da Escola Epitácio Pessoa. Por meio de redes sociais houve mobilização para um novo protesto na manhã deste domingo, 20, mas apenas dez pessoas chegaram ao local. Alguns manifestantes queriam o fechamento da válvula. “Não sei o que houve, talvez lideranças políticas locais a favor do governo desmobilizaram o grupo”, observou o radialista, Josemberg Vieira.
COMPENSAÇÃO
Os moradores não são contrários à liberação de água, mas querem do governo do Estado medidas compensatórias. “Produtores rurais, pescadores, piscicultores ficaram sem trabalho e renda porque o Orós será esvaziado”, observou o produtor rural, José Pereira. “É uma situação difícil”.
Além do aspecto da perda da renda, há a escassez de água para as comunidades ribeirinhas nos municípios de Orós, Iguatu e Quixelô. “Milhares de famílias de várias localidades são abastecidas pelas águas do Orós, que vai ficar distante e como vai ficar a situação desses moradores?”, questionou Paulo Landim, integrante do Comitê da Bacia do Alto Jaguaribe. “Essa é a nossa preocupação: a falta de água”.
POÇOS
O governo do Estado perfurou um poço profundo nas comunidades ribeirinhas de Jardim, Brejinho, Pereiro dos Pedros, Pedregulho, Rochedo e Jurema, mas nenhum foi instalado ainda. Falta a ligação de energia elétrica. Na comunidade de Rochedo o poço não deu água.
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