terça-feira, 22 de novembro de 2016

Partido reúne os vencedores no CE

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De Assis, presidente estadual do PT, fala na abertura do encontro realizado ontem em Fortaleza, de prefeitos, vice e vereadores eleitos no Ceará ( FOTO: JOSÉ LEOMAR )
O Partido dos Trabalhadores reuniu ontem, em Fortaleza, prefeitos, vices e vereadores eleitos pela legenda na eleição deste ano no Ceará. Embora o partido tenha eleito 15 prefeitos e 18 vices, até a abertura do primeiro painel exposto pelo senador José Pimentel, o número era de apenas 10 prefeitos e 12 vices e assistentes. Os nomes dos prefeitos presentes, bem como dos municípios não foram divulgados.
Além dos eleitos, também marcaram presença os deputados estaduais Elmano Freitas e Moisés Braz, o senador Pimentel, deputado federal pelo Mato Grosso, Ságuas Moraes e os deputados federais cearenses José Guimarães e José Airton. "Estamos em processo de debates internos e discussão na perspectiva de construir, a partir de balanço e avaliação, quais acertos e quais os erros, além de refletir a derrota eleitoral que tivemos. Embora não seja uma derrota definitiva, vamos a partir dela compreender qual o caminho e como construir um processo que nos leve a uma identificação correta", disse De Assis Diniz, presidente estadual do PT.
O governador Camilo Santana e a ex-prefeita de Fortaleza, deputada Luizianne Lins não compareceram ao seminário. Fernando Santana representou Camilo e tentou justificar que ele teria chegado da China no final de semana e ainda estaria "desorientado" por conta do fuso horário. "Mas também tinha agenda extensa e por isso me pediu para representá-lo e dizer que o gabinete do governador estará sempre aberto a todos os gestores". A ausência de Luizianne, segundo De Assis, também se deu por conta de agenda.
Grande erro
O senador Pimentel defendeu que o partido deve refletir sobre o momento político atual e pregou que para a sigla sair da situação em que se encontra, precisa antes de qualquer coisa, impedir o financiamento "ilegal" de campanha. "Nosso partido cometeu um grande erro. Achava que os empresários tinham aceito este partido como integrante, com a sua visão política. Aceitamos o financiamento empresarial de campanha e a consequência disso foi exatamente o 'petrolão'".
Segundo o senador, o resultado das urnas nos dois turnos de outubro já era esperado pelos petistas, sendo novidade apenas o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Convidado pelo diretório estadual cearense, o deputado federal Ságuas Moraes também considerou que o resultado das eleições ficou dentro do esperado. "Eu pelo menos não tinha expectativa de que o resultado fosse diferente do que tivemos. Isso não significa que o Partido dos Trabalhadores esteja à deriva, mas nos leva a um momento de reflexão e de reação muito forte, da militância e do partido para que a gente possa fazer um novo recomeço e buscar as antigas bandeiras de luta como a rearticulação com movimentos sociais", apontou.
Divergência
Os deputados federais José Guimarães e José Aírton explicitaram divergências existentes dentro do partido. Aírton apontou a necessidade de o PT refletir sobre seus erros e procurar corrigi-los. Após a sua fala rápida que foi seguida de outras apresentações, e depois da exposição de José Pimentel a respeito da conjuntura nacional e local, Guimarães disse ser, no mínimo, um "ingrato" o petista que fala mal do Partido dos Trabalhadores.
Ressaltando que, de fato, está insatisfeito no PT, José Airton afirmou que travará discussão com as bases e lideranças, antes de tomar qualquer decisão. "Temos um tempo muito grande pela frente para fazer o debate. O que queremos é discutir. Não podemos aceitar a forma como o PT está sendo conduzido, nem como o governo conduziu as ações. Houve um isolamento de algumas lideranças, que não tiveram acesso aos debates e discussões. Então, é essa a questão".Aírton se considera uma dessas "lideranças isoladas".

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