Levando um caixão coberto pela farda de um policial civil, ferido em um incêndio na Delegacia Metropolitana de Maranguape, escrivães e inspetores em greve seguiram em passeata pelo Meireles e Praia de Iracema, na noite de ontem. Os servidores da Polícia Civil dizem que continuarão com o movimento e cobram ao Governo melhores condições de trabalho e aumento dos salários.
Em alusão à fala do delegado geral Andrade Júnior, durante uma reunião com os policiais que vão ingressar na Corporação, os agentes entoaram gritos de guerra contrários à declaração e levaram os filhos com cartazes que diziam "meu pai não é pilantra". Um inspetor que não quis se identificar disse ter aderido ao movimento, porque se sentiu pessoalmente atingido.
"Eu nunca tinha vindo, mas vim porque me senti atingido. Todo mundo sabia que havia um descaso com a Polícia Civil, mas não ao ponto do delegado geral considerar pilantra quem participa de um movimento em prol da categoria. Também não sabia que, mesmo concursado e cumprindo honestamente minha função, eu poderia ser expulso, como ele disse que faria com toda a Polícia se achasse necessário".
Interior
Os policiais da Região do Cariri também fizeram uma passeata, ontem. Foram montados acampamentos em Sobral, Juazeiro do Norte e Iguatu. O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpol-CE), Lucas Oliveira, disse que a categoria recebeu com tristeza as declarações de Andrade Júnior. "Ele foi muito infeliz. Ninguém aqui é pilantra. Nossa luta é justa e ele sabe disso", declarou.
Na última sexta-feira (28), o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) determinou que o Sinpol-CE deve encerrar a greve deflagrada na última quinta-feira (27) e quase dobrou a multa diária estipulada para a categoria. A Controladoria Geral de Disciplina (CGD) vai apurar se há transgressão disciplinar por parte dos agentes. A Assessoria de Comunicação da Polícia Civil informou que a Instituição e o delegado geral não vão se pronunciar.
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