São Paulo. Na tarde de ontem, a Frente Povo Sem Medo levou milhares de pessoas à Avenida Paulista, em São Paulo, para manifestação contra a PEC do teto (que estabelece um limite para os gastos públicos), pedir o impeachment de Michel Temer e eleições diretas já.
"Não dá para o senhor Temer continuar no comando do Brasil sentado naquela cadeira no Planalto. Não tem mais condições. Vai embora Temer. Renuncie", cobrou o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos.
No protesto o deputado Ivan Valente (PSOL -SP) disse que a bancada do partido na Câmara vai apresentar hoje (28), às 14 horas, um pedido de impeachment de Temer. Segundo ele, a argumentação terá como base o artigo 9º da lei 1079/50, que versa sobre improbidade.
Hora das 'panelas'
Partidos de oposição devem protocolar, nesta semana, dois pedidos de impeachment contra o presidente Temer com base nas declarações do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero. O PSOL apresentará um pedido de afastamento ainda hoje, enquanto o PT articula um pedido de impeachment que deve ser protocolado na próxima quinta-feira (1º).
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) sugeriu, junto a representantes das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que lideranças dos movimentos assinem o documento.
Lindbergh, que participou do ato, provocou os movimentos que pediram o impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff em nome do combate à corrupção e que, segundo ele, agora se calam diante das declarações de Calero. "Onde estão os que ocuparam a Paulista de verde e amarelo, que bateram panela, e até agora não deram um pio sobre o escândalo do Geddel?"
O presidente da CUT, Vagner Freitas, pediu eleições diretas. "Está na hora de fazer greve para tirar este governo. A nossa bandeira é 'Diretas-Já'. Este Congresso não tem legitimidade (para eleger um presidente)".
O ato, convocado pela Frente Povo Sem Medo, foi um protesto contra a possível aprovação de uma anistia ao caixa dois eleitoral em um projeto em um projeto que tramita na Câmara dos Deputados. Mais cedo, Temer e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ); e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciaram um acordo entre o Legislativo e o Executivo para impedir a anistia.
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