Crato/Crateús/Guaramiranga. Os casos de assistência da Igreja Católica à população se multiplicam pelo Estado do Ceará. No Cariri, por exemplo, a Paróquia e a Cáritas Regional do Crato estimulam a produção de canteiros de hortaliças por famílias de baixa renda. Até o momento, em 170 casas já foram construídas cisternas que acumulam água para ser usada na irrigação de canteiros.
Alimento e renda
"A família produz nesse quintal. É dele que onde saem os alimentos que consomem e podem até comercializar", disse Solange Santana, da Cáritas caririense. Segundo ela, o trabalho estimula a convivência em comunidade e cumpre o outro papel da Igreja: o de estimular a união e a partilha. "É um trabalho que todos se envolvem e que resulta numa convivência mais pacífica", pontuou Solange.
No Sertão de Crateús a Cáritas Diocesana da região atua "para convivência com a situação hídrica, desde a conscientização da população para a gestão de recursos hídricos, que precisa ser democratizada", explicou Eraldo Paulino, da Cáritas de Crateús.
Para a população da zona rural, a instituição religiosa conseguiu, em parceria com a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), mil cisternas que acumulam 16 mil litros de água. "A zona rural que é atendida pelas cisternas tem sofrido bem menos que a zona urbana por conta da estocagem", complementou Eraldo.
Reúso
Nos últimos dois anos, a Cáritas de Crateús também tem trabalhado com um projeto pioneiro no Brasil de reúso de água. Em parceria com o Instituto Bem Viver, o sistema reaproveita a água usada pelas famílias por meio de um processo de filtragem. Ao todo, 16 residências no município de Quiterianópolis se beneficiam com o projeto e outras 28 estão prestes a ganharem gratuitamente o sistema, que também deve ser estendido para escolas da zona rural, a fim de impedir que aulas sejam interrompidas por falta d'água.
Na serra
Já em Guaramiranga uma pousada administrada pelos monges capuchinhos dá sinais claros de como os ensinamentos da Igreja estão enraizados em seus administradores. No passado, a pousada era um local para retiros dos monges.
Hoje, aberta ao público, a preocupação da economia é evidenciada por meio de um sistema de reúso de água. "Nós temos uma cisterna onde armazenamos a água da chuva. E é essa água que usamos para lavar os pratos, roupas, aguar os jardins entre outras atividades", disse frei José Maria, administrador da pousada.
Para o arcebispo de Fortaleza, dom José Antônio Aparecido Tosi Marques, o trabalho das Cáritas Regionais tem fundamental importância no Interior cearense. "Esse papel reflete a preocupação da Igreja com o outro e a preservação à manutenção da vida", disse.
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