Audic, que era uma das principais vozes de oposição na AL, se juntou a governistas para reeleger Zezinho. Ele pode ser expulso do PMDB
O PMDB cogita expulsar os deputados estaduais Audic Mota e Agenor Neto da sigla. Ambos votaram contra a orientação do partido em eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa na última quinta-feira, 1º de dezembro. A disputa acabou elegendo o candidato governista Zezinho Albuquerque (PDT).
De acordo com a decisão partidária, firmada dois dias antes da votação, os deputados do PMDB deveriam apoiar a chapa de Sérgio Aguiar. No entanto, negociações com o governo fizeram com que ambos mudassem de postura.
Audic Mota, que tem sido um dos deputados mais atuantes da oposição, foi além da mudança de voto. Ele integrou a chapa como 1º secretário, um dos cargos de maior prestígio no parlamento. Ele alega que se aliou a Zezinho por interesses regionais. Sérgio era apoiado por Domingos Filho, rival político de Audic nos Inhamuns.
“Antes mesmo da votação, tinha ficado acertado que quem contrariasse a posição do partido seria expulso e poderia inclusive perder o mandato”, conta a peemedebista deputada Dra. Silvana.
O PMDB deverá se reunir na próxima quinta-feira, 8 de dezembro, para “se rearrumar”, disse Dra. Silvana. “Conversei com o senador Eunício (Oliveira) e ele disse que o assunto ficará nas mãos do Conselho de Ética do partido”, disse ela.
O POVO tentou contato com os deputados Audic e Agenor Neto para comentar a questão, mas não obteve retorno até o fechamento desta página.
Saída voluntária
O deputado Osmar Baquit (PSD) também está entre os que mudaram de lado pouco antes da votação. Segundo seu partido, ele também deveria votar em Sérgio. Mas optou por Zezinho. Ele irá voltar para a Secretária da Agricultura, Pesca e Aquicultura, de onde saiu no início deste ano.
Segundo ele, o partido PSD não fechou questão, portanto não poderia expulsá-lo. “Se o partido for realmente para a oposição, não tenho clima para ficar. Vou ter que mudar. Vou conversar com prefeitos aliados para decidir para qual partido irei. Mas só no tempo legalmente permitido, para eu não perder meu mandato”, explica.
Osmar diz ainda que entende se alguns colegas passarem a hostilizá-lo, mas torce para que a base volte a ser como antes da última semana, quando PSD, PMB e PEN ainda estavam com o governador Camilo Santana.
“Fui eleito dentro de um projeto, não posso passar para oposição. Já fui secretário de Camilo e serei de novo. Não faria sentido ser oposição. Espero que as coisas se acalmem, voltem à harmonia e possamos ter uma conversa adulta”, afirmou o deputado.
Saiba mais
Placar
A chapa do deputado Zezinho Albuquerque (PDT) venceu a eleição da mesa na última quinta por 27 votos a 18. Houve apenas um voto nulo do deputado Renato Roseno. Com o resultado, Zezinho dará início ao seu terceiro mandato de dois anos como presidente da Casa.Antes disso, ele havia servido por seis anos como 1º secretário, cargo ocupado atualmente por Sérgio Aguiar, seu rival na disputa. Sérgio esperava pelo menos 21 votos, pois contava com a adesão de Agenor, Audic e Osmar.
Rompimento
As negociações de apoio para cada uma das chapas da Mesa causou cisma entre o Governo e parte da base. O deputado federal Domingos Neto, líder do bloco PSD-PMB no Ceará, anunciou no dia da votação que estaria deixando a base em definitivo e faria oposição. Segundo ele, o modo como Camilo e os Ferreira Gomes atuaram na candidatura de Zezinho foi incorreto. Por outro lado, os Ferreira Gomes se queixaram que membros do TCM estariam fazendo lobby para Sérgio.
Saída de Sérgio
Derrotado, Sérgio anunciou que deixará a base e também deve sair do PDT. Ele disse que assumiria posição independente no parlamento, mas não descartou ir para a oposição posteriormente.
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