sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Polícia apreende 1,5 mil comprimidos de ecstasy

Alguns dos comprimidos apreendidos eram denominados de 'Rolls-Royce', em referência à fabricante britânica de veículos. Já o outro tipo tinha o nome 'Gold' no comprimido. O material será encaminhado à Perícia Forense ( Fotos: Lucas Moura )
00:00 · 30.12.2016
A delegada Patrícia Bezerra afirmou que o preço de cada comprimido varia entre R$ 30,00 e R$ 70,00, aumentando com a proximidade das festas
Mil e quinhentos comprimidos de ecstasy que seriam utilizados em duas festas de fim de ano no Ceará foram apreendidos pela Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD), da Polícia Civil, que efetuou a prisão em flagrante de dois suspeitos que realizariam a venda da droga sintética a intermediários, antes de chegar aos usuários. A operação foi batizada de 'Conexão Final' e teve os resultados apresentados na tarde de ontem, na sede da DCTD.
Os dois homens, que já vinham sendo investigados pela Especializada, foram detidos em ocorrências diferentes e não possuem relação, apesar da Polícia suspeitar que ambos tenham recebido ordens diretas de detentos dos presídios cearenses e dos produtos ilícitos comercializados por eles ter a mesma origem, o Estado do Rio Grande do Norte.
A DCTD descobriu que Jéferson dos Santos Costa, 22, entregaria a droga sintética a um comprador na última sexta-feira (23) e decidiu monitorar a frente da residência dele, que fica localizada na Avenida Doutor Theberge, no bairro Carlito Pamplona. Quando o suspeito saiu, os policiais realizaram a abordagem e encontraram 50 comprimidos de ecstasy com ele. Interrogado, Jéferson revelou que possuía mais unidades dentro da residência, onde foi descoberto um depósito com cerca de 370 comprimidos.
A outra prisão foi semelhante. As investigações da Polícia Civil apontaram que Gustavo Cunha Sales Borges Bastos, 18, ia entregar a droga ao lado da Igreja de Fátima, no bairro homônimo. Antes do suspeito encontrar o comprador, policiais o abordaram e encontraram 200 comprimidos de ecstasy.
Praticante de jiu-jítsu, Gustavo reagiu à prisão e entrou em luta corporal com um policial, mas foi rendido, preso e acabou confessando que tinha mais comprimidos guardados em casa. Ao checar a informação, a Polícia encontrou quase mil comprimidos de ecstasy. O rapaz afirmou, em depoimento, que estava vendendo drogas sintéticas pela primeira vez e também comercializava maconha há cinco meses.
Com 22 anos de idade, Jéferson Costa já possui vasta ficha criminal, tendo sido preso por roubo, receptação, organização criminosa e uso de documento falso. "Isso demonstra para a gente que as drogas sintéticas estão se expandido das áreas nobres da cidade para as áreas menos ricas. O Gustavo o perfil dos nossos alvos anteriores, um rapaz muito jovem, de classe média alta e sem registro de antecedentes criminais", avaliou a delegada-adjunta da DCTD, Patrícia Bezerra. Os dois irão responder agora pelo crime de tráfico de drogas.
Festas
A droga sintética apreendida na operação 'Conexão Final' estava destinada a duas festas nessa época de fim de ano. A primeira aconteceu na noite de ontem, na Praia do Futuro. Já a segunda será realizada no Revéillon, no dia 31, na Praia do Cumbuco, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). "Por conta da ocorrência dessas festas de fim de ano, nós sabíamos que haveria essa intensificação do comércio de drogas sintéticas", revelou Patrícia.
Os comprimidos encontrados com Jéferson eram denominados de 'Rolls-Royce', em referência à fabricante britânica de veículos. Já a droga que estava na posse de Gustavo tinha o nome de 'Gold'. "Cada festa que tem, a gente apreende um tipo diferente de comprimido. Essa amarela a gente nunca tinha apreendido. Em março (deste ano), quando a gente fez a 'Operação Avatar', com dez presos, a gente apreendeu muito a 'Love Verde'. Há cerca de um mês, a gente apreendeu um comprimido roxo, que eles chamavam de 'Batman'. A gente já apreendeu várias formas e cores diferentes. Acho que é uma estratégia comercial", contou a delegada, lembrando de outras apreensões feitas durante operações realizadas neste ano.
O preço de cada comprimido varia entre R$ 30 e R$ 70, aumentando com a proximidade da festa, segundo a delegada que presidiu as investigações. Somando o material apreendido, o valor obtido com a venda ilegal pode chegar até a R$ 105.000.

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