A escrivã da Polícia Civil, Maria das Graças Gadelha Bonfim, foi suspensa por 90 dias pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) por vazar informações sigilosas para uma organização criminosa que atuava na Praia de Iracema por sua sobrinha, identificada por Gabriela de Souza Bonfim.
As investigações em torno dos crimes cometido pela escrivã começaram em 2014, quando a Polícia Civil instaurou a Operação Pandora II e interceptou gravações da acusada com a parente. Na ocasião, foi constatado que Maria das Graças Gadelha dava “proteção” para “Gabi”, como era chamada a sobrinha, intervindo em nome dela e dos demais membros da quadrilha nos órgãos públicos indicando advogados, inclusive.
De acordo com informações publicadas no Diário Oficial desta segunda-feira (30), a servidora usava, em tese, o cargo para obter informações sobre operações policiais que visavam a prisão de pessoas envolvidas com a organização criminosa, além de detalhar mandados de prisão em aberto emitidos pela Delegacia de Narcóticos (Denarc).
Prisão preventiva
Após comprovar que a chefe da organização criminosa que atuava na favela do “Baixa Pau”, na Praia de Iracema, a escrivã recebeu prisão preventiva em 2014. Além da servidora da Polícia Civil, foram presas 3 pessoas que integravam a quadrilha envolvida com o tráfico de drogas, incluindo Gabriela Bonfim.
Na época, a escrivã Maria da Graças afirmou desconhecer o envolvimento de seus familiares - que ainda incluía outra sobrinha identificada por Graziele de Souza Bonfim (“Zizi”) - com a organização criminosa, além de negar que tenha atrapalhado o trabalho da Polícia com o cumprimento de prisões.
Publicado no Diário Oficial desta segunda, o decreto da Controladoria foi emitido no dia 16 de janeiro de 2017. A reportagem entrou em contato com a CGD para saber mais detalhes sobre o afastamento da escrivã e o motivo de ela não ter sido presa. Até o momento, porém, a Controladoria não respondeu.
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