Várzea Alegre. Uma explosão de cores e ritmos marcou o desfile da Escola de Samba Unidos do Roçado de Dentro (Esurd) neste domingo. Cerca de 200 integrantes, em sua grande maioria, agricultores do Sítio que dá nome à agremiação, percorreram um trajeto de 4km da zona rural até a Marquês de Papai Raimundo, no centro da cidade, fazendo a festa do público.
Este ano a escola trouxe o tema “Façam suas apostas, a sorte foi lançada”, numa alusão à crise financeira e a seca prolongada que afeta o Nordeste brasileiro. No carro abre-alas, uma imensa mesa de sinuca ladeada por cartas de baralho e dados girantes levou o público ao delírio.
“Todos os anos nós da organização nos reunirmos para pensarmos temas que estejam em consonância com a atualidade. Ano passado falamos sobre a importância da água e os cuidados que devemos ter para evitar a proliferação de mosquitos, este ano vamos falar de sorte. Sorte que vai desde a crise financeira à ameaça de mais um ano de seca”, explica Francisco das Chagas de Sousa, 69, conhecido como Chico Progresso. Ele é um dos fundadores da escola.
Criada há 54 por um grupo de agricultores, que nos tempos áureos, já chegou a desfilar com 15 alas e mais de 600 integrantes, este ano contará com bateria, baianas, comissão, mestre-sala e porta-bandeira, ala das crianças, carro abre-alas e destaques, num total de cerca de 200 integrantes. “Há dois anos que a crise tem afetado diretamente a organização da escola. Ano passado saímos em número reduzido e este ano novamente. Apesar de toda dificuldade, a Esurd se mantém firme há mais de cinco décadas”, destaca Chico.
Para o carnavalesco Antônio Leonardo de Souza, o Léo, a redução no número de integrantes que desfilarão este ano “influencia diretamente no espetáculo apresentado na avenida”. Segundo explica, apesar de ser mais fácil repassar a coreografia para menos integrantes, o efeito “estético fica prejudicado”. Ele acrescenta que “a beleza da nossa escola está nas cores, no tema sempre bem pensado, na coreografia bem ensaiada e na quantidade de pessoas. Tudo isso junto faz um efeito muito lindo”.
História
Em 1963, por brincadeira, um grupo composto por 20 agricultores, todos com raízes musicais, resolveram desfilar pelo sítio no domingo de carnaval com sanfona, zabumba, triângulo, cavaco e pandeiro. O que era para ser apenas um “momento de descontração” ganhou forma e amplitude. “A cada ano os próximos moradores passaram a se interessar e começaram a brincar junto com aquele bloco criado por meu avô, Antônio de Sousa, que foi o grande precursor. 17 anos mais tarde, já com várias pessoas exclusivamente do Sítio Roçado de Dentro, foi fundada a Esurd”, relembra Chico Progresso.
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