quinta-feira, 2 de março de 2017

Crime mais cometido por mulheres é tráfico

Segundo a delegada Patrícia Bezerra, da DCTD, a maior repressão pode ter levado mais mulheres a se envolver na venda de drogas ( Foto: Helene Santos )

O tráfico de drogas é o principal motivo de encarceramento de mulheres no Ceará. As estatísticas apontam que, em 2016, cerca de 1.023 adultas e adolescentes foram detidas por este motivo. O número representa 35,2% dos crimes cometidos por pessoas do sexo feminino. Em segundo e terceiro lugar, estão os crimes de roubo à pessoa (304) e furtos (298), respectivamente.
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Há um aumento significativo no número de detenções de mulheres no início de 2017. Em janeiro deste ano, 202 mulheres foram presas. O número representa um aumento de 10,9%, se comparado com igual período de 2016, quando 182 mulheres foram capturadas. Já o número de adolescentes apreendidas, mês passado, sofreu queda de 42%. Em janeiro de 2016, foram apreendidas 88 jovens, enquanto em 2017 foram 51 prisões.
Casos
Somente no último mês, foram presas três mulheres envolvidas com a venda de entorpecentes, segundo a Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD). A Polícia desarticulou, no último dia 13, um esquema de tráfico que acontecia no estacionamento de um supermercado, localizado no bairro Dias Macêdo. Na situação, Antônia Valdisa Alves Martins, 41, confessou que iria fazer uma entrega de drogas e foi apreendida com cocaína. A Polícia descobriu que a mulher tinha uma comparsa, de nome Rayane Suzi Gomes da Silva, 26, que foi presa no Parque Santa Rosa. Com as duas, os policiais apreenderam 5,2 quilos de cocaína e 1,8 quilos de crack.
Já no último dia 10, Maria Régia Da Silva Milfont, 37, responsável por fazer 'correria' (distribuição de drogas entre traficantes), foi presa no Pirambu. A mulher vestia a farda de uma empresa de cosméticos e trazia um quilo de cocaína na mochila.
Nenhuma das suspeitas tinha antecedentes criminais. Elas foram conduzidas à sede da DCTD, onde foi feito o flagrante por tráfico e associação para o tráfico de drogas.
Participação
Para a delegada Patrícia Bezerra, diretora da DCTD, o combate ao crime por parte dos agentes de segurança do Estado é responsável por evidenciar a participação das mulheres nesses crimes. "A maior repressão pode ter levado mais mulheres a se envolver no crime. A participação feminina levanta menos suspeitas exatamente por serem, no imaginário popular, menos sujeitas ao cometimento de ilícitos".

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