O primeiro dia do Seminário Internacional Mais Infância Ceará foi marcado por temas que circundam o desenvolvimento de crianças na primeira infância. Palestrantes nacionais e internacionais elogiaram o Programa Mais Infância Ceará, iniciativa do Gabinete da Primeira-dama do Estado, e dividiram experiências com gestores municipais do Ceará. O evento segue até esta sexta-feira (31)
Um dos cinco palestrantes internacionais do Seminário, Flávio Cunha abriu o debate na tarde do primeiro dia do evento e não hesitou em qualificar o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Infantil (Padin), um dos pilares do Mais Infância, como inovador. “São poucos os países da América Latina que têm feito algo tão bem estruturado quanto o Ceará. São poucos os lugares no mundo que
Professor de Economia da Universidade Rice, em Houston, nos Estados Unidos, Flávio participa de estudos do Padin, que completa um ano de execução em junho próximo. Apesar do balanço não estar consolidado, o PhD em Economia pela Universidade de Chicago já projeta bons resultados. “Ninguém teve a disciplina de fazer o que o Governo do Ceará está fazendo. Começar (a direcionar políticas públicas para a infância) em pequena escala, avaliar e melhorar para, depois, levar para a grande escala. Isso é exemplo que outros entes federativos precisam seguir”, indica.
Após a discussão levantada por Flávio, da importância de monitorar o Padin neste ano inicial, o Seminário seguiu com a palestra “A importância do vínculo e do apego para o desenvolvimento infantil”, ministrada por Álvaro Medeiros de Leite, titular de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Didonet ressalta, também, a participação conjunta da família e do Estado. “A família é onde a criança aprende a falar, a caminhar, a se relacionar, a saber quem ela é. É no âmbito familiar que a criança constrói sua personalidade básica. Agora, a família precisa do apoio do Estado, do Governo Federal, pra que ela possa dar conta desse papel primordial”, frisa.
No primeiro dia de evento, a programação contou, ainda, com a Conferência Magna “Por que investir na primeira infância”, com a especialista Mary Young. Pediatra e especialista em saúde global e desenvolvimento da criança, Young destacou os caminhos a serem traçados pelas políticas públicas, com estratégia para o desenvolvimento humano.
Troca de experiências
Vládia ressalta, também, a importância do contato com outros gestores municipais. “A gente se pergunta: o que está sendo trabalhado em outro estado? O que, lá, já foi feito que deu certo? Essa troca de experiência é muito importante, porque a gente percebe que a nossa preocupação não é só nossa; e a gente prevê como poderíamos trabalhar com parcerias”, projeta.
Herbene Pessoa, assistente social do município de Umirim, concorda com Vládia. “A gente vê se o nosso trabalho está aproximado, o que pode ser melhorado. É interessante essa relação entre municípios de porte e regionalidade diferenciados, porque a gente poder ver que o Estado do Ceará está envolvido no trabalho com a primeira infância”, completa.
Programa Mais Infância Ceará
Estruturado em três pilares (Tempo de Brincar, Tempo de Aprender e Tempo de Crescer), o Mais Infância já realizou diversas ações com foco no desenvolvimento infantil. Lançado em agosto de 2015, o projeto foi idealizado pela primeira-dama Onélia Leite Santana, que também é presidente do Comitê Consultivo Intersetorial das Políticas de Desenvolvimento Infantil (CPDI), responsável por articular ações no Estado para a infância.
Por meio do Tempo de Brincar, o programa entregará, em 2017, 40 brinquedopraças, 35 brinquedocreches e 15 Praças Mais Infância aos municípios cearenses. Pelo Tempo de Aprender, já foram entregues Centros de Educação Infantil (CEIs), pela rede pública estadual, com mais ofertas de pré-escola e ampliação das atividades de creche.
Com objetivo de fortalecer vínculos familiares e comunitários por meio de serviços e formações que contemplem profissionais, pais e cuidadores, o Tempo de Crescer foi desenvolvido e implementou diversas ações de capacitação pelos municípios. Foram capacitados profissionais dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) nos 36 municípios de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ou em situação de vulnerabilidade social e realizadas visitas domiciliares em 36 municípios para o acompanhamento de 5 mil famílias. Além disso, foram formados 700 agentes comunitários de saúde e 120 enfermeiros da Estratégia Saúde da Família na área do desenvolvimento infantil.
O Seminário tem parceria das prefeituras municipais, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV), da Universidade Federal do Ceará (UFC), da Universidade Estadual do Ceará (Uece), do Instituto da Infância (Ifan), Prefeitura de Fortaleza, da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece) e da Associação para o Desenvolvimento dos Municípios do Ceará (APDMCE).
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