00:00 · 28.04.2017 por Ana Carolina Curvello - Sucursal
Brasília. Por 296 votos a favor e 177 contra, a Câmara dos Deputados aprovou, na madrugada de ontem, o Projeto de Lei da Reforma Trabalhista (PL 6787/16 do Poder Executivo), que prevê mudanças na CLT e na relação do patrão com o trabalhador. A matéria seguiu para votação no Senado Federal.
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Na avaliação do presidente da Camara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), a votação foi positiva e o resultado foi fruto de muito diálogo do governo.
"Nas últimas semanas, tivemos muitos problemas nas votações e o resultado poderia ter sido menor, sem a reorganização do governo", disse.
Apesar da aprovação do texto, o número de votos favoráveis não agradou a base governista, que vai precisar de, no mínimo, 308 deputados na votação da Reforma Previdenciária, prevista para segunda ou terceira semana de maio, segundo informações de Rodrigo Maia.
"Temos a obrigação de continuar conversando, dialogando, para que a gente possa chegar no mês de maio, prontos para votar a Reforma da Previdência e com número suficiente para que a gente aprove a Reforma", informou Rodrigo Maia.
O líder do governo, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), garantiu que vai manter o diálogo e buscar o apoio de parlamentares contrários à Reforma da Previdência. "Conseguimos modernizar uma legislação que atrapalhava o País e agora precisamos aprovar a da Previdência para manter as contas do governo funcionando", disse.
Para o líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), o resultado da votação das mudanças trabalhistas mostra que o governo de Michel Temer não tem apoio para aprovar a Reforma da Previdência.
"Ouvi deputados falando que votariam a favor da Reforma Trabalhista e contra a da Previdência. Tenho certeza que a proposta não será aprovada no Senado", afirmou.
O deputado Danilo Forte (PSB-CE), que votou favorável a proposta da Reforma Trabalhista, reforçou que "a solução da crise no Brasil passa pelas reformas, a classe política não pode se acomodar e camuflar a situação critica que o país está vivendo"
Greve Geral
Em oposição às duas Reformas, movimentos sociais e centrais sindicais mobilizaram uma greve geral para hoje. Milhares de trabalhadores anunciaram que vão aderir à paralisação em diversas cidades.
Sobre a grande paralisação nacional, o líder Aguinaldo não mostrou preocupação.
"É um direito democrático de se manifestar, mas estamos preocupados em trabalhar, e o governo estará muito tranquilo em relação a isso", afirmou.
Para Maia, o protesto dos trabalhadores não contribui para a retomada do crescimento econômico do Brasil.
"Reequilibrar o estado brasileiro é uma questão de racionalidade, porque precisamos controlar os gastos públicos. Respeito qualquer movimento, mas acho que o Brasil vive uma crise muito grave para que a gente fique gerando uma desestabilização que não é boa" criticou.
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