Uma cerimônia para ser registrada nas páginas da história da Diocese de Crato. Com toda riqueza litúrgica, ao cair da tarde deste sábado, dia 22 de abril de 2017, o coro formado por quase cinquenta vozes anunciava o início da solene celebração na qual, pela imposição das mãos do bispo emérito dom Fernando Panico, sob assistência de dom Gilberto Pastana (bispo diocesano) e dom Javier Arnedo (bispo emérito de Tianguá), monsenhor Edimilson Ferreira Neves, natural de Jardim e zeloso sacerdote do clero diocesano de Crato, foi constituído bispo.
Em 102 anos, essa é a primeira ordenação episcopal realizada na diocese. Outros padres, naturais daqui, já acenderam ao terceiro grau da ordem, mas em celebrações feitas fora dessas terras.
Este sábado (22), por sua vez, em meio ao júbilo que emana do Cristo Ressuscitado, a Igreja do Ceará viu nascer um novo epíscopo em cerimônia realizada na Igreja Catedral de Nossa Senhora da Penha, em rito transcorrido dentro da Santa Missa, propriamente, no pós-Evangelho.
Com o padre Carlos Alberto (da Diocese de Tianguá), solicitando ao bispo presidente da celebração (dom Fernando) que ordenasse o bispo eleito (monsenhor Edimilson), deu-se início ao rito com a indicação da nomeação, isto é, a leitura da Bula Papal, seguida da homilia.
Após este momento, foi invocada a proteção dos santos, através da Ladainha, enquanto o eleito deitava-se ao chão do presbitério. Adiante, o candidato foi ungido com o Óleo do Santo Crisma e o Livro dos Evangelhos posto sobre sua cabeça. Acolhido pelos bispos presentes, a cerimônia prosseguiu com os ritos finais, quando foi lida, pelo chanceler da diocese, padre Rocildo Alves Filho, a ata final da ordenação e recolhida as assinaturas dos bispos, sobretudo, o ordenante e seus assistentes, bem como o metropolita, que é o arcebispo de Fortaleza.
Alegria para a Igreja
Na homilia, o ordenante principal, dom Fernando, recordou as virtudes de dom Edimilson, “sacerdote zeloso de nosso clero” e considerou o momento como de “profunda alegria para a Igreja do Ceará”. Lembrou que o bispo é “aquele que serve e está no meio do seu povo, oferecendo o coração, a mente a todos aqueles que lhes são confiados”. “Monsenhor Edimilson, seja um bispo com o coração de pai, aberto a todos, santos e pecadores, grandes e pequenos, a elevados e a humildes, seja um bispo que escuta pacientemente e se coloca coração a coração, pessoa a pessoa”, exortou.
Sucessor dos Apóstolos
A partir da ordenação, dom Edimilson Neves foi investido de autoridade e todo seu ministério ordenado está intimamente ligado à sucessão dos apóstolos. O anel episcopal (entregue por Madre Feitosa, a quem o novo bispo muito estima) foi posto em seu dedo anular da mão direita, como sinal da fidelidade à Igreja, esposa de Deus; A mitra simboliza esplendor e santidade, enquanto o báculo faz alusão ao serviço pastoral e cuidado com o rebanho.
Brasão Episcopal
O escudo Eclesiástico de dom Edimilson é pleno, de ouro, com uma cruz adestrada de vermelho sobre uma “chapada”, com declive à sinistra, em “contra-chefe”, de verde. Ao centro da Cruz, há um coração flamejante circundado de espinhos, tudo de ouro; ferido à sinistra, dele brotam, ao centro do escudo, doze gotas de sangue ao natural. Ao lado da Cruz, vê-se um lírio branco aberto, com haste de verde e duas folhas do mesmo, posto do cantão esquerdo ao flanco. Com timbre o chapéu prelático com cordões e borlas de verde, em número de doze dispostas seis por parte na ordem um, dois, três. O conjunto pousa sobre uma cruz hastil de ouro. Como divisa, num listel de ouro, forrado de vermelho, a legenda: “ZELOS DOMUS TUA AE COMEDIT ME” em letras maiúsculas de preto.
Interpretação
O escudo de ouro, por seu metal, significa ardor e generosidade, marcas da vida de Jesus que, cumprindo a vontade do Pai e solidário com a fraqueza humana, realizou a obra da redenção. A Cruz em vermelho, dominando o escudo, simboliza o alcance universal da salvação pelo sangue do Senhor, cujo coração ferido e aberto é o grande centro. Suas chamas e seu metal indicam um coração glorificado, resplandecente pela perseverança, como deve ser também o coração dos discípulos do Mestre.
O lírio representa Maria, Senhora da Penha, “castro lírio de níveo candor”, devoção particular do prelado. Ele significa a Virgem Maria junto à Cruz e sua perseverança na missão de Mãe do Redentor; ao brotar da chapada, ele indica a participação de Maria na vida da Igreja, sua missão de Mãe do povo que cresce regado pelo sangue redentor. Este, simbolizado pelas gotas que saem do coração, lembram os apóstolos que espalharam por toda a terra o vigor da fé.
A chapada verde é símbolo das origens do bispo, referência à cidade de Jardim-CE e à região do Cariri, onde o prelado realizou a primeira parte de sua vida e vocação. Indica agora a alegre esperança para com a nova realidade da missão recebida com a nomeação episcopal.
O “chapéu prelático” representa o Cristo de onde brota a sucessão apostólica e a missão episcopal, realizada em plena comunhão com o papa e o episcopado; quer simbolizar a comunhão de toda a Igreja a caminho do Reino definitivo, tendo à frete a Cruz do ressuscitado.
“O ZELO POR TUA CASA ME CONSOME” (Sl 69, 10). Esta expressão, assumida como lema, resume ardor, generosidade, perseverança e solidariedade com que o bispo deseja realizar sua missão, tendo como referência o zelo de Cristo, “Eu vim para que todos tenham vida” (Jo 10, 10), o zelo de Maria, “Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 5), e o zelo da Igreja, sinal e instrumento do Reino (LG). fonte site da diocese do crato e Assessoria de impresa
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