A situação do Partido Progressista (PP) no Ceará segue indefinida e seus membros estão apreensivos, sem sequer saber se irão permanecer filiados à sigla. De acordo com o membro da comissão provisória vigente no grêmio atualmente, o deputado federal Paulo Henrique Lustosa, o objetivo é construir uma unidade na legenda, independentemente de quem possa ser o presidente, de fato, da agremiação.
De acordo com deputados estaduais do PP na Assembleia Legislativa, ontem, a sede do partido estava fechada, visto a indefinição sobre o comando do grêmio. A insegurança, segundo disseram, é para todos: filiados, funcionários e parlamentares. Atualmente, no Legislativo Estadual, o PP é a segunda maior bancada, com cinco membros. Na bancada federal do Ceará, o partido tem o mesmo número de integrantes de PT e PDT.
Segundo Paulo Henrique, na base de apoio ao governador Camilo Santana (PT), o partido tem o segundo maior tempo de televisão, perdendo apenas para o próprio PT. Portanto, conforme destacou o parlamentar, o prejuízo da sigla, com a saída de atuais membros, atingiria não somente o grupo que faz parte do PP, mas também o processo de eleição do próximo ano.
São membros do PP na Assembleia os deputados Walter Cavalcante, Bruno Pedrosa, Lucílvio Girão, Leonardo Pinheiro e Fernando Hugo. Todos eles estão preocupados com o impasse quanto ao destino da direção do partido e alguns já sinalizam a possibilidade de saída da sigla.
Acontece que, após o processo de escolha da nova direção partidária, em abril passado, o diretório escolhido foi destituído e, no lugar, foi colocada comissão provisória, sob o comando de Adail Carneiro, um dos três deputados federais da sigla.
O impasse segue há mais de um ano. Paulo Henrique Lustosa é membro da executiva nacional e foi escolhido secretário-geral do partido na chapa eleita em abril. Após a destituição do diretório, também foi apontado para a comissão provisória.
Solução
Segundo ele, a pauta foi encaminhada à executiva nacional da sigla, que referendou a comissão provisória. A presidência local alegou que levaria o processo à judicialização. Lustosa ressaltou que o momento é de tentar construir com a executiva nacional um consenso entre as partes, para que a solução não seja litigante. "Nossa preocupação é com o calendário eleitoral".
O deputado estadual Walter Cavalcante afirmou que a insegurança atual na legenda é "muito grande". "Fico temeroso com as ações. Não resta nenhuma dúvida de que os cinco deputados (estaduais) têm que se reunir sobre a insegurança jurídica de se estar num partido sem saber como será amanhã", defendeu.
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