terça-feira, 2 de maio de 2017

Siglas buscam novos nomes para ampliar bancadas

Com representatividade cada vez mais abalada por denúncias de irregularidades e corrupção, a Câmara Federal tem sido espaço visado por dirigentes partidários cearenses que querem renovar a atuação das siglas na Casa, a partir de 2019. Para isso, presidentes de agremiações no Estado buscam estimular a participação de nomes novos na disputa eleitoral do próximo ano.
Eles disseram ao Diário do Nordeste que têm encontrado resistência, principalmente, por parte da juventude e do segmento de mulheres, que são maioria no eleitorado brasileiro. A lista de deputados e senadores citados em delação de executivos da Odebrecht mostrou que quase 70 congressistas na função de seus mandatos estariam envolvidos em esquema de corrupção, o que está sendo analisado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin.
Atualmente, a bancada cearense na Câmara é formada por 22 deputados de apenas 13 legendas, sendo que dois deles já foram citados durante as investigações da Operação Lava-Jato. PT, PMDB, PP e PDT possuem três parlamentares no colegiado. O PR possui dois, enquanto PCdoB, PSD, DEM, PRB, PSDB, PROS, PSB e SD têm apenas um membro no Legislativo cada.
Mudança
O presidente do PDT no Ceará, o deputado federal André Figueiredo, afirmou que a sigla tem 20 deputados federais e quer ter uma bancada mais representativa a partir de 2019. Segundo ele, a partir das delações de executivos da Odebrecht, constatou-se a necessidade de um Parlamento com políticos comprometidos com os interesses da população.
"As ruas respaldam o respeito ao aposentado e ao trabalhador e as reformas na Câmara Federal, como estão sendo votadas, não representam o clamor popular", disse ele. O dirigente ressaltou ser necessário ter uma Câmara comprometida com o povo para "derrotar" aquilo que for de encontro à sociedade brasileira.
Atualmente, o PDT tem quatro das 22 vagas da bancada cearense na Câmara. Além de André Figueiredo, fazem parte dela também Leônidas Cristino, Ariosto Holanda e Vicente Arruda, mas estes estão licenciados. O partido quer eleger até seis representantes em 2018.
O ex-governador Cid Gomes (PDT) já demonstrou preocupação com a ampliação da bancada pedetista na Câmara, visto que membros do PDT na Casa já disseram que podem não concorrer à reeleição, o que abre vacância para novos nomes. André Figueiredo também pode disputar outro cargo, mas, por enquanto, ele é pré-candidato à reeleição.
"Evidente que o momento exige renovação, e acho que os partidos e os parlamentares que não estão envolvidos nessas denúncias terão, naturalmente, maior facilidade no ano que vem", disse o presidente estadual do PSD, Domingos Neto. Segundo ele, o partido tem feito, em nível federal, uma busca ativa por perfis idôneos nos quais a sigla possa apostar, visando uma renovação nos quadros da agremiação, principalmente, na Câmara.
Reforma
"Sem dúvidas essa é uma prioridade nossa. Também é necessária a aprovação de uma Reforma Política mais estruturante, onde a gente possa mostrar que nosso sistema político atual está ajudando nessa desconexão", disse o parlamentar do PSD.
Nas palavras de Antônio José, presidente do PP no Ceará, o desejo da legenda é ampliar a participação de novos filiados na política, "principalmente por conta do que está acontecendo na política em nível federal".
Atualmente, o PP do Ceará tem três nomes na Câmara Federal e pretende aumentar e renovar os quadros da sigla naquela Casa. "Precisamos fazer uma grande renovação na política federal de nosso País e é dessa forma que queremos contribuir", disse ele, afirmando ainda que vai apostar em nomes novos na política, mas com experiência em outros setores da sociedade.

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