Mais de 57,8% das frutas vendidas pelas Centrais de Abastecimento do Ceará (Ceasas) tiveram elevação no preço em maio. Das 19 frutas pesquisadas, apenas quatro apresentaram queda nos valores e outras quatro não tiveram reajustes. As maiores altas ficaram por conta do melão amarelo, melão japonês, coco verde, coco seco, goiaba, abacate, mamão formosa, laranja pera, banana pacovan, acerola e maçã nacional. Já os preços da uva Itália, maracujá, abacaxi e graviola foram menores na passagem de abril para maio.
Segundo o analista de Mercado da Ceasa-CE, Odálio Girão, a uva Itália, que deteve a maior queda no período (-16,67%), sendo comercializada de R$ 4,80 para R$ 4,00 o quilo, teve uma boa safra tanto para a exportação quanto para o mercado interno. "Houve crescimento na colheita no Vale do São Francisco. Tinha muita uva no mercado e o preço caiu", explica.
Já quanto aos dois tipos de melão, esclarece Girão, houve retenção significativa no plantio e na colheita. O preço do melão amarelo grande variou de R$ 1,50 em abril para R$ 1,70 o quilo em maio, subindo neste período mais de 13%.
"Teve uma redução na água para o plantio das frutas no Ceará. O melão daqui diminuiu bastante a produção e a colheita. Ficamos na dependência do melão do Rio Grande do Norte", afirma o analista.
Na comparação com maio deste ano e maio de 2016, o grande vilão entre as frutas foi a goiaba. O produto subiu 53,85%, passando de R$ 2,60 para R$ 4,00 o quilo. "A goiaba, neste período, estava no fim da safra. Houve ainda redução na colheita na região de Tabuleiro de Russas, com a diminuição de água. A partir deste mês reinicia uma nova safra", afirma. Segundo Girão, a goiaba é a terceira fruta mais consumida entre os cearenses, estando atrás apenas da laranja e banana.
Hortaliças
O valor do feijão verde, de abril para maio, caiu 24,83%, passando de R$ 7,45 para R$ 5,60 o quilo do produto. De acordo com o analista da Ceasa, muitos pontos do Ceará registraram boas precipitações. "Na região da Ibiapaba, litoral leste e Maciço de Baturité tivemos boas chuvas e boa colheita de feijão. Neste lugares os produtores apostaram no plantio e a comercialização aumentou".
O mesmo não se pode afirmar do pepino, que teve os preços do item subindo mais de 80%, na comparação de maio do ano passado com maio de 2017. No mesmo mês de 2016, o pepino custava R$ 0,55 o quilo. Neste ano, a hortaliça já valia R$ 1,00. "O produtor da Ibiapaba apostou em outras culturas e esqueceu um pouco o pepino, lançou no mercado uma quantidade bem menor do produto e os preços subiram do ano passado para cá".
De acordo com ele, a batata inglesa e o tomate são os mais consumidos no Estado. O primeiro item caiu 14,29% em maio deste ano, queda de R$ 0,40 no quilo do produto. Já o tomate passou de R$ 3,65 para R$ 3,45 o quilo, retração de 5,48%. "A produção da Bahia e as boas chuvas em Minas Gerais fizeram com que a batata inglesa caísse de valor no Ceará".
Mercado
Conforme Girão, o segundo semestre de 2017 vai ser bem melhor em relação aos preços para os consumidores. "Nós estamos esperando que a partir da segundo quinzena de junho o mercado já se restabeleça. O consumidor está mais confiante. O mercado já está se abastecendo de outros pontos do Nordeste e Sudeste".
Ele diz que se espera ainda uma safra forte de abacaxi, laranja e goiaba em diversos pontos do País, o que contribuiu para o equilíbrio dos preços no Ceará. Além disso, Girão afirma que a Ibiapaba está diversificando com outros produtos. "Está tendo uma tecnologia de estufas mais avançadas, chegando ao mercado com muitos produtos", finaliza Girão.
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