Brasília. Depois de mais de um mês de indefinições, o PSDB decidiu manter o senador Tasso Jereissati (CE) como presidente interino do partido.
Aécio e Tasso se reuniram, ontem, para discutir o comando do partido até a convocação de uma convenção nacional, o que deve ocorrer até o fim do ano. Na prática, deixam tudo como está: oficialmente o mineiro segue licenciado do cargo, mas não deixa o papel de líder do partido.
"É Tasso quem hoje tem as melhores condições para conduzir a renovação do PSDB e sua reinserção em setores da sociedade", disse Aécio sobre o presidente interino. Tasso, por sua vez, disse que Aécio segue como "presidente licenciado".
Conversa anterior
Os senadores chegaram a conversar, na noite de terça-feira (1º), sobre o tema, mas decidiram aguardar a definição da Câmara. Os deputados decidiram, na noite de quarta (2), com 263 votos, barrar a acusação contra o peemedebista. Os tucanos se mostraram divididos sobre a situação de Michel Temer: 22 votaram contra a continuidade das investigações e 21 pelo avanço da denúncia. Outros quatro deputados, na maioria pró-denúncia, se ausentaram.
Questionamento
Em entrevista ao Programa Miriam Leitão, da Globonews, questionado como teria votado na quarta, se fosse um dos 513 deputados federais, Tasso Jereissati declarou: "sou a favor que toda investigação seja feita até para ter coerência com o que fizemos no governo Dilma", indicando que se posicionaria de modo favorável ao envio da denúncia de Rodrigo Janot ao STF. O senador disse, contudo, que "não estaria no governo Temer, mas não faria oposição sistemática".
Desde que Aécio voltou às atividades parlamentares, no fim de junho, após passar mais de 40 dias afastado por decisão judicial, o PSDB vivia uma situação de duplo comando.
Por um lado, Tasso, que assumiu interinamente a presidência da legenda, defendia o desembarque do governo, já Aécio manteve articulações de apoio em relação ao Planalto.
Mais cedo, durante uma entrevista coletiva, Tasso se mostrou crítico em relação ao apoio a Michel Temer, mas evitou ser enfático sobre o desembarque.
"O que nós não precisamos é de cargos e o presidente da República é livre e deve escolher o que acha que é melhor para seu governo", disse. "Se ele quiser tirar todos os nossos ministérios é problema dele, o partido não faz questão desses ministérios".
Convenções
Os senadores disseram que o partido deve redefinir seu comando até o fim do ano. Tasso disse que se surgirem mais de um pré-candidato à Presidência da República, devem ser realizadas prévias no começo de 2018, entre fevereiro e março.
Pelo calendário apresentado, a legenda começará com as convenções municipais e estaduais e, até dezembro, vai eleger uma nova estrutura do comando nacional do partido. Eles preveem ainda, para esse prazo, o anúncio do pré-candidato às eleições presidenciais de 2018.
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