sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Discurso de 'ficha limpa' será aposta

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Heitor Férrer (PSB) teme que o eleitor nem sequer permita aproximação dos candidatos ( Foto: José Leomar )
Cada vez mais desacreditados pela opinião pública, políticos buscam se apegar ao fato de serem "ficha limpa" para tentar convencer o eleitor, durante o pleito do próximo ano, de seu histórico de hombridade. É o que dizem deputados estaduais entrevistados pelo Diário do Nordeste, que projetam este como um dos principais argumentos de campanha nas eleições de 2018, principalmente pelo desgaste da classe política agravado por denúncias de corrupção.
Segundo parlamentares, é importante que a população conheça o histórico de cada um dos candidatos e o comportamento daqueles que já têm mandato eletivo. O deputado Julinho (PDT) é um dos que devem usar o discurso da probidade na campanha. "Não podemos perder a oportunidade e precisamos frisar que a população deve escolher políticos novos que possam fazer a limpeza na política".
De acordo com ele, devido ao grande número de políticos citados e investigados em irregularidades em todo o Brasil, aqueles que forem "ficha limpa" e que não tenham qualquer questionamento na Justiça terão uma maior simpatia do eleitorado. "A população tem que ter o olhar mais atento, procurar saber o que os políticos fizeram e depois apostar seu voto. Cada cidadão é responsável por isso".
Aproximação
Para Heitor Férrer (PSB), é preciso que a população tenha paciência para ouvir os políticos, o que pode ser um diferencial ao voto. Segundo ele, sua preocupação é que o cidadão nem permita que o candidato diga que é ficha limpa, negando a aproximação. "Quando a classe política se degenera, termina contaminando toda a periferia da classe política. Por isso, tenho procurado andar, entregar meu currículo, mostrar o que eu sou e o que eu fiz para que as pessoas possam sentir que há pessoas boas e más em todas as áreas", justificou.
Osmar Baquit (PSD) lamentou que a opinião pública já nivelou todo homem público "por baixo" e, por mais que alguém tenha postura e seja correto, o nome "político" já é negativo no dia a dia das pessoas. "Mas se você tem uma ficha limpa, dificilmente será prejudicado. Os que são honestos e têm parcela de compromisso com a sociedade se darão melhor nas eleições", disse. No entanto, para ele, boa parte da população não deve se atentar para este fato.
Com 20 anos de vida pública, o deputado Tomaz Holanda (PPS) acredita que o uso da imagem de homem ilibado dará o tom do pleito do próximo ano, inclusive entre os candidatos à reeleição. "Faço política por devoção, mas no Brasil tem gente que faz por profissão e esses o povo vai tirar da vida pública".
Apelo social
Bruno Gonçalves (PEN), por outro lado, acredita que isso deve funcionar apenas na teoria, visto que o apelo social tende a continuar tendo força em 2018. Segundo, ele a maioria da população vota naqueles que apresentarem metas de campanha com mais condições para políticas sociais para minorar as mazelas do dia a dia. "Um Bolsa Família, que não é nada para a gente, para muitas famílias é um socorro. Com certeza o histórico do político ajuda, principalmente, no campo majoritário", ponderou.

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