Um projeto científico desenvolvido no Ceará pode dar resposta ao desafio da saúde pública de diagnosticar, de forma ágil, as principais epidemias do País: dengue, chikungunya e zika. Com altos custos e a demora para obter resultados, os testes utilizados hoje no Estado têm se tornado empecilho para o tratamento adequado dos infectados e o planejamento de ações de vigilância. Para superar a dificuldade, pesquisadores criaram kits capazes de analisar as três arboviroses ao mesmo tempo e determinar, em poucas horas, qual delas se manifesta nos pacientes.
O teste rápido é fruto do trabalho realizado há cerca de um ano pela
empresa cearense Greenbean Biotecnologia e coordenado pela professora Izabel Guedes, da Universidade Estadual do Ceará (Uece). Segundo ela, o projeto tem por base a produção, em laboratório, de proteínas recombinantes dos vírus das três doenças e de reagentes específicos para cada uma delas. Esses reagentes, ao entrarem em contato com o sangue de pessoas infectadas, apenas terão efeito sobre as proteínas da arbovirose pela qual o paciente foi acometido. O resultado, conforme explica a professora, pode ser obtido em até cinco horas.
O método apresenta duas vantagens em relação aos exames atuais. Hoje, para chegar ao diagnóstico preciso, são necessários testes diferentes para dengue, chikungunya e zika. Além disso, os resultados podem levar até 10 dias para serem obtidos.
A coordenadora do projeto explica que os testes ainda estão em fase de experimentação, mas já apresentam resultados promissores. No entanto, não é possível definir quando poderão ser fabricados em larga escola e disponibilizados no Estado. A expectativa da equipe é que isso aconteça até o próximo ano.
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