A suspensão de crédito imobiliário pela Caixa Econômica Federal desde setembro poderá acarretar no fechamento de pelo menos 20 mil postos de trabalho na região do
Cariri. A estimativa é feita pela Associação dos Pequenos Construtores do Cariri, cujos associados executam boa parte das obras do Minha Casa Minha Vida, programa que não está recebendo investimentos desde então. O corte ocorre em virtude do descumprimento do acordo internacional de Basiléia, uma resolução entre todos os Bancos Centrais do mundo, que garante a saúde financeira das instituições bancárias. Na prática, a Caixa necessita de um aporte de capital do Governo Federal para garantir o financiamento das casas construídas pelos pequenos construtores. O trâmite funciona da seguinte forma: os pequenos construtores captam terrenos e executam a obra de casas
que variam entre 120 mil e 350 mil reais. Após fechar negócio com o cliente, acontece a visita de um auditor da Caixa Econômica para viabilizar o financiamento de parte deste valor junto ao banco. "Mas sem que o banco tenha o aumento do capital financeiro concedido pelo governo, toda essa verba vai ficar travada, e as pessoas que já deram a entrada nas casas ficarão no prejuízo", explica Wilson Soares, presidente da Associação dos Pequenos Construtores do Cariri. "Poderá acontecer um efeito dominó. Os pequenos construtores geram cerca de 20 milhões de reais mensais na economia do Cariri. São mais de 120 construtores, cada um deles necessita de pelo menos 15 pessoas entre pedreiros, gesseiros e serventes para construir uma casa, além dos
fornecedores de material de construção", ressalta Soares. Para pressionar as autoridades e "evitar um colapso na construção civil da região", pedindo a liberação de recursos para que voltem os financiamentos do setor, uma manifestação acontece nesta quinta-feira, às 9 horas, em frente a Superintendência Regional da Caixa Econômica, em Juazeiro.
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