Enquanto os estudantes e professores montam estratégias de estudos para pontuarem bem no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), integrantes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e da inteligência da Polícia Federal (PF) investem em tecnologia para fortalecer o esquema de segurança da prova em todo o Brasil. A edição de 2017, que ocorre nos dias 5 e 12 de novembro, contará com inovações tecnológicas e ampliação do número de detectores de metal.
A grande aposta deste ano é um receptor avançado de detecção de campo próximo, capaz de detectar a emissão de sinais em radiofrequência de WiFi, Bluetooth, celulares e transmissões ilegais. O aparelho chamado Andre, fornecido pelo grupo Berkana, detecta transmissões de radiofrequência, independentemente de serem desconhecidas, ilegais, disruptivas ou de interferência. A solução foi uma recomendação da PF porque opera de forma mais precisa e sem necessidade de busca pessoal.
A implantação da nova tecnologia reforça a estratégia de segurança do Enem que já utiliza detectores de metais para a fiscalização e identificação de aparelhos eletrônicos. Os detectores são usados desde 2014 de forma amostral e, desta vez, estarão em todas as 13.620 coordenações de aplicação do Enem 2017. Conforme o Inep, serão 67 mil detectores de metal, número que garante vistoria dos participantes na entrada e na saída de todos os banheirosde locais de prova. Será um detector de metal para cada 100 participantes. O investimento foi maior e o número de inscritos menor. Do total de 6.731.203 candidatos inscritos, 365.253 são cearenses.
O uso dos detectores de metal, e agora dos detectores de pontos eletrônicos, fazem parte de uma estratégia de prevenção e repressão a fraudes adotada pelo Inep sob orientação da Polícia Federal. Alguns locais indicados pela inteligência da PF receberão mais aparelhos. O aluguel dos aparelhos representará um custo total de R$ 700 mil, investimento que não aumentará o custo final do Exame porque o valor já estava previsto no orçamento da segurança.
Outro recurso protetivo será a prova personalizada com nome e número de inscrição do participante. Com o novo recurso, o candidato não tem a opção de “mentir” sobre a cor da prova, uma vez que o Cartão Resposta estará vinculado ao Caderno de Questão personalizado. A coleta de dados biométricos, lançada na última edição, está mantida.
Uma das inovações no quesito acessibilidade será a Videoprova Traduzida em Libras, para participantes surdos ou com deficiência auditiva. No Ceará, 133 pessoas com surdez e 160 pessoas com deficiência auditiva solicitaram atendimento especial. Além deles, se inscreveram 384 com baixa visão, 27 com cegueira, 508 com deficiência física e 218 com deficiência intelectual. No total, 2.166 cearenses e 35.653 brasileiros pediram assistência especializada.
A parceira do Inep com a Polícia Federal, e o trabalho de inteligência feito com cruzamento de dados e investigação, resultou na anulação dos resultados de 13 participantes das edições de 2015 e 2016. Os participantes que tentaram fraudar o Exame, além de terem os resultados cancelados e perderem o direito às vagas no Ensino Superior, são indiciados por crime de fraude em certames de interesse público. De acordo com o Artigo 311 - A do Código Penal, a pena para esse tipo de crime é de multa e reclusão de até seis anos.
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