Na região do Cariri, cerca de 600 mil pessoas são abastecidas por água subterrânea, fruto da Bacia Sedimentar do Araripe. No entanto, até então, foram poucas análises que revelaram com precisão o volume e a
qualidade da água retirada dos aquíferos. Mas a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) apresentou, na última terça-feira, os dados preliminares de um estudo de quase seis anos. O relatório final deve ser concluído em um mês, e poderá apresentar resultados mais precisos. A estimativa é de 139 milhões de metros cúbicos, no aquífero médio, e 26 milhões de metros cúbicos no aquífero inferior A partir das informações do Consórcio Água e Solo, que analisou 45 poços geridos pela Cogerh e Rede Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas (Rimas), entre os anos de 2010 e 2014, foi possível ter uma indicação do volume de água e sua reposição, além de fazer uma análise dos componentes químicos encontrados. Segundo o gerente da Cogerh, Alberto Medeiros, este estudo
é muito importante para que a população conheça a reserva que abastece a região. O estudo também mostra que já tem alguns pontos de contaminação, mesmo sendo pequenos. Foram encontrados coliformes fecais e alguns metais pesados que podem vir a comprometer essa reserva de água no futuro. "Podemos tomar medidas, como tratamento de esgotos e do lixo, já que aqui não tem aterro sanitário e é colocado a céu aberto, sem nenhum cuidado. Essas medidas podem vir a melhorar a qualidade da água nesse aquífero", afirma Alberto Medeiros. A análise da água bruta mostrou o contato com matéria orgânica e compostos nitrogenados e a presença da bactéria E Coli. Isso demonstra a necessidade de tratamento da água. Mas não apresentou BTEX - benzeno,
tolueno, etil-benzeno e xilenos - que são compostos orgânicos encontrados nos derivados de petróleo, que podem causar efeitos nocivos ao sistema nervoso central ou causar câncer. Apresentam pequenos sinais contaminação as águas dos poços de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha.
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