domingo, 17 de dezembro de 2017

Ceará registrou 4.681 homicídios em onze meses

Conforme levantamento da Pasta, no último mês de novembro, 470 pessoas foram vítimas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) no Estado, que englobam homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte ( Foto: Helene Santos )
01:00 · 16.12.2017 por Emanoela Campelo de Melo - Repórter
A violência no Estado do Ceará, de janeiro a novembro de 2017, resultou em 4.681 pessoas assassinadas. O número divulgado na tarde dessa sexta-feira (15) pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) é 51,6% maior do que em igual período de 2016.
Conforme levantamento da Pasta, no último mês de novembro, 470 pessoas foram vítimas de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) no Estado, que englobam homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Em igual mês do ano passado, foram contabilizadas 298 mortes, ou seja, entre novembro de um ano para o outro houve variação de 57,7%.
A contagem da SSPDS é ainda mais alarmante quando se trata da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), onde o aumento foi de 100 %. O cenário se repete na Capital. Em 2017, já morreram 1.800 pessoas em Fortaleza, número 95,7% maior do que o acumulado em igual período de 2016.
Os dados foram apresentados pelo secretário de Segurança Pública, André Costa, durante coletiva de imprensa na sede da SSPDS. Segundo o titular da Pasta, a maior dificuldade para evitar os homicídios se dá pelo comportamento das facções criminosas que, deste o início deste ano, travam uma guerra entre si.
"O número de homicídios nas ruas tem diminuído e o achado de cadáver vem aumentando. O mês com maior número de achado de cadáver foi neste novembro. São vítimas de homicídios em locais fechados, e não nas vias públicas. Nós vamos percebendo o que eles vão fazendo para traçarmos estratégias", disse o secretário sobre o comportamento dos infratores.
Intervenções
Dentre as ações de combate aos CVLIs, a Pasta destaca a ampliação do patrulhamento ostensivo. Nas últimas semanas, o Governo do Estado do Ceará dobrou o Batalhão de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (BPRaio) e o instalou em localidades da RMF.
O reforço é visto pela Secretaria como positivo e necessário. Segundo o secretário, na região do Vila Velha, por exemplo, as mortes vêm acontecendo com menos frequência. "É uma área tradicionalmente complicada e que estamos conseguindo melhorar por meio das ações de Inteligência aliadas à tecnologia". O secretário lembra que é com base na redução de crimes em determinados bairros que as estratégias serão expandidas até outros municípios, a começar pelos da Região Metropolitana.
"Para implantar essa operação em outras áreas, demanda mais policiais. Não temos como fazer em todo Estado de uma vez. Em Fortaleza vem dando certo em áreas complicadas. Na Região Metropolitana precisamos ampliar esse trabalho. Do mesmo modo no Interior do Estado", afirmou o secretário.
Tendência
André Costa lembra ainda que, apesar do patrulhamento nas ruas ter efeito direto na redução, o trabalho da investigação tende a impactar mais devido à redução da sensação de impunidade em quem pratica os homicídios. O titular da SSPDS explica que, de acordo com estudos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no Brasil, a resolutividade de assassinatos é de 6% a 8%, enquanto no Ceará o número se aproxima de 25%. "Não é um número que a gente comemora, mas é acima da média nacional. Infelizmente, o sentimento de impunidade leva algumas pessoas a praticarem homicídios. O trabalho de investigação não termina na Polícia. É preciso que as pessoas cumpram pena no Sistema Prisional", acrescentou.
Assaltos
Ainda nessa sexta-feira (15), a SSPDS divulgou o balanço dos Crimes Violentos Contra o Patrimônio (CVPs). O acumulado de janeiro a novembro deste ano mostra que, no Ceará, foram registrados 70.641 roubos. Deste total, 58.784 foram contabilizados como CVP 1, ou seja, roubos à pessoa física.
O restante está na categoria de CVP 2: roubo de carga, roubo com restrição de liberdade da vítima, roubo a residência, roubo de veículo e roubo a banco. Nesta tipologia, o último mês de novembro apresentou, aproximadamente, 1% a menos de ocorrências quando comparado a igual período de 2016.

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