Com o intuito de investigar o crime de gestão fraudulenta, a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União (CGU) deflagraram, nesta sexta-feira, a Operação Caixa 3, que cumpre 14 mandados de busca e apreensão nos estados do Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. As medidas foram expedidas pela décima primeira Vara Federal da Subseção Judiciária de Fortaleza e executadas por 72 agentes federais.
De acordo com a Polícia Federal, as investigações apontam que um procedimento de troca de garantia em financiamento no Banco do Nordeste concedeu benefício a um grupo empresarial específico. O caso aconteceu no dia 17 de setembro de 2014, quando o Conselho de Administração da instituição financeira aprovou a troca da fiança bancária pela hipoteca da planta
industrial de uma fábrica de bebidas construída na Bahia, o que se deu após parecer técnico favorável.
De acordo com relatórios do Tribunal de Contas da União, o pedido de troca da garantia era tecnicamente inepto, assim como a participação da administração central do BNB de Fortaleza, ao invés da administração da Bahia, na elaboração do relatório técnico que permitiu a troca. Segundo o TCU, o procedimento é considerado atípico e não foram adotadas ações compensatórias à troca da garantia.
A Operação Caixa 3 tem origem em revelações de delatores da Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato. Os contratos do BNB de Fortaleza com a cervejaria Itaipava compreendem o montante de, aproximadamente, 827 milhões. O desvio pode chegar a 600 milhões, segundo análise preliminar.
O esquema, segundo a PF, ficou caracterizado pela triangulação Banco do Nordeste, cervejaria e empreiteira culminando em doação oculta para as eleições de 2014. A empreiteira decidiu colaborar com as investigações e fechou acordo envolvendo 78 executivos do grupo.
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