domingo, 24 de dezembro de 2017

Um novo emprego de presente no fim de ano

A carteira de trabalho assinada foi a recompensa de muita gente que conseguiu se recolocar no mercado

Vagas abertas na indústria e no setor de serviços no fim do ano contribuíram para que muitos profissionais voltassem ao mercado ( FOTO: CID BARBOSA )
As crises política e econômica fizeram estragos País adentro nos últimos anos, elevando o número de desempregados e criando clima de apreensão nas famílias. Contudo, o pior parece ter passado e, após o período de incertezas, há uma luz que brilha no horizonte para alguns cearenses que estavam fora do mercado de trabalho.
No apagar das luzes deste fim de ano, Eliziane Silva Peixoto, de 32 anos, por exemplo, tem bastante o que comemorar. Ela ficou cerca de 20 dias desempregada. Pouco, se considerados casos de pessoas que chegam a passar vários anos sem ter um emprego de maneira regular. Porém, diz ela, foram dias de grande tensão e preocupação com a possibilidade iminente de entrar em 2018 sem ter uma ocupação formal. Eliziane foi uma das pessoas que receberam um presente especial neste Natal: um novo emprego, após o sofrimento de ter ficado sem trabalhar.
"Graças a Deus, não fiquei desempregada tanto tempo. Estava nessa situação havia 20 dias e recebi a ligação para fazer parte do processo de seleção. Passei e consegui entrar no mercado de trabalho novamente", relatou. Está, agora, trabalhando como recepcionista em uma empresa de sistemas de tecnologia. No novo local de trabalho, Eliziane já projeta a possibilidade de ascensão dentro da profissão. "O que mais me atraiu na proposta de trabalho foi a possibilidade de crescimento profissional na minha área, que é administrativa", contou ela, que buscou e conseguiu o emprego através do Sine/IDT.
Não há como não associar o fato de ela ter ganho uma nova oportunidade no mercado com o período natalino, que afora o tema cristão, é sempre lembrado pelos presentes recebidos. Eliziane se diz agraciada com um verdadeiro presente de Natal ao poder voltar a trabalhar.
"Para mim, foi um grande presente pois meio que entrei em desespero (com a possibilidade de) iniciar um novo ano desempregada, sabendo do alto índice de desemprego e das dificuldades encontradas. Mas graças a essa vaga eu pude retornar à minha vida ativa".
Recolocação
Thiego do Nascimento Silva, de 24 anos, viveu momentos que ele define como "desesperadores" nos últimos meses. Com uma filha pequena para criar, ele foi demitido da empresa em que trabalhava como salgadeiro em março deste ano. Deu entrada no seguro-desemprego e, enquanto recebia o benefício, chegou a fazer uns "bicos". Em paralelo, conta, procurou recolocação profissional, mas não obteve sucesso.
Quando encerrou o período de recebimento do seguro-desemprego, Thiego viveu momentos dos quais não gosta de lembrar. "Me vi numa situação desesperadora, pois estava desempregado, com filha pequena, sem dinheiro para pagar as contas e até alimentar (a família)", disse. O ex-salgadeiro, então, iniciou uma peregrinação quase religiosa ao Sine/IDT. "Eu ia lá quase todos os dias", recorda. Passou por três processos seletivos. Quando começava a duvidar de si mesmo, contudo, recebeu o que classificou como "um presente": às vésperas do Natal, Thiego voltaria a trabalhar.
"Graças a Deus, neste mês de dezembro, consegui a carta de encaminhamento. Deixei na empresa numa sexta-feira de manhã, me ligaram na segunda e fui na terça-feira trabalhar. E graças a Deus, pelo começo, a empresa é ótima, atenciosa com os funcionários. E dá uma remuneração boa", contou.
Agora trabalhando na função de boleiro, Thiego diz estar bastante satisfeito com a oportunidade. Do sofrimento que experimentou no período em que esteve desempregado, ele levou como aprendizado a gratidão.
"Tenho só a agradecer a Deus por tudo que Ele fez por mim. Durante esse tempo (desempregado), foi uma provação. Isso (o novo emprego) foi um grande presente para mim. Fiquei bastante contente, assim como minha esposa, pois é um trabalho que muita gente procura e poucos conseguem", afirmou.
Reinserção no mercado
Antônio Marcelo dos Reis, 38, desde os 33 anos de idade não trabalhava com carteira assinada. Após ter sido demitido do último emprego, sobreviveu fazendo pequenos serviços.
Também para ele, o Natal de 2017 deixará boas lembranças. Após cinco anos peregrinando sem sucesso em empresa alguma, ele conseguiu a tão sonhada recolocação profissional no mercado. Agora, ostenta orgulhoso a carteira de trabalho assinada na função de auxiliar de produção em uma fábrica.
"Isso (estar novamente empregado) é o que todo mundo queria, nessa situação difícil do País, com esse governo ruim, arrumar um emprego assim, no fim de ano, é uma boa. Graças a Deus, que consegui. É uma fábrica boa, não tenho do que reclamar", afirmou.
O operador de injetora Aclécio Pontes, 32, também sabe o que é ficar bastante tempo desempregado. Ele conta que foram cerca de dois anos fazendo apenas "bicos", desde que foi demitido do emprego. A partir de então, teve de dividir as contas da casa com a esposa, vivendo dias de dificuldade. "O negócio foi difícil. Rodei muito. Quase todo dia eu ia no Sine. Até que, há três meses, fiz uma entrevista e fui chamado agora", disse.
De volta ao mercado de trabalho formal em uma fábrica de calçados, ele celebra a carteira assinada como um presente de Natal, com a alegria de quem, enfim, terá dinheiro para comprar um presente para a filha.
"Para mim, (voltar a trabalhar) foi bom demais. Só de chegar em casa e dizer para minha filha que vou comprar um presente pra ela, que vou poder comprar as coisas. Pelo que passei, tá bom demais".

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