Em meio ao impasse na definição do candidato que disputará o Governo do Estado nas eleições deste ano e às baixas que sofreu com a ida de deputados para a base governista, a oposição na Assembleia Legislativa tenta se articular, mais uma vez, para alinhar estratégias e pautas que devem ser defendidas em 2018. Por se tratar de ano eleitoral, a liderança da bancada espera uma maior "sincronia" entre os parlamentares contrários à gestão do governador Camilo Santana (PT).
A falta de unidade fica evidente quando oposicionistas entrevistados pelo Diário do Nordeste fazem questão de enfatizar que são "independentes" na Casa. Em um ponto, porém, todos são unânimes: saúde e segurança devem ser prioridades nos debates levantados pelo grupo.
Ao longo dos três últimos anos, a oposição perdeu espaços na Assembleia. Se antes contava com 16 parlamentares, hoje tem apenas nove integrantes. Neste cenário, os opositores que sobraram na Casa buscam manter unidade. No início do ano passado, o líder do bloco de oposição formado pelo PR, Solidariedade, PSDB e PSDC, deputado Capitão Wagner (ainda no PR), propôs reuniões semanais com os demais partidos oposicionistas e outros deputados que se declaram "independentes", para discutirem ações em conjunto. No entanto, os encontros foram perdendo força, não só em razão da debandada de deputados do MDB para a base governista, como também, segundo Wagner, por indefinições eleitorais.
"A partir da definição do cargo que vou concorrer em 2018, que vai ser de deputado federal, vou reiniciar esse trabalho de agrupamento, para que a gente possa tratar de questões como segurança, saúde e economia. E a gente deve pautar isso de forma sincronizada. O que a gente viu é que cada deputado da oposição estava fazendo um trabalho independente e não gerava sentimento de corpo".
Para o deputado Ely Aguiar (PSDC), a oposição hoje não tem liderança e, por isso, defende que cada deputado deveria manter uma linha de independência. "Essa é a oposição mais fraca que já tive oportunidade de ver nestes meus três mandatos. Tinha gente que era oposição até o governo não oferecer cargos. No instante em que o cargo apareceu, ou a promessa de atender pedidos, parte da oposição virou a casaca", reclamou.
Assim como Ely Aguiar, outra que fez questão de declarar independência na Casa, embora seja de um partido de oposição, é a deputada Aderlânia Noronha (SD). "Vou agir da maneira que acho que tenho que agir, independentemente se sou oposição ou não. Se o Governo mandar alguma coisa que vai ser bom para o Estado, vou votar a favor. Se for uma matéria ruim para a população, vou ser contra".
Críticas
A parlamentar, contudo, não poupou críticas à saúde e segurança no Estado, áreas que, segundo ela, estão gerando revolta na população. Assim como Aderlânia Noronha, Ely Aguiar também acredita que os críticos da gestão estadual devem mirar os debates na Assembleia, este ano, em torno desses assuntos.
Heitor Férrer (PSB) concorda que a oposição deve estar unida para reverberar problemáticas do Estado. "As pautas devem continuar sendo a violência extrema, a caótica situação da saúde pública, chegando ao criminoso desabastecimento de insumos básicos, e o término de um governo insípido, inodoro e incolor. Do tripé de promessas dos que se candidatam (saúde, educação e segurança), dois itens continuam em situação precaríssima, o que fortalece o discurso da oposição", sustentou.
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