O governador Camilo Santana divulgou, na manhã de ontem, os dados do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (Spaece). A análise dos resultados de 2017 aponta o crescimento nos níveis de alfabetização no Estado. O Spaece avaliou 100% das crianças que estão no 2º ano do Ensino Fundamental, além de estudantes do 5º e 9º ano. Os números apontam o melhor desempenho de aprendizagem dos últimos dez anos.
Os dados também apontam uma redução gradativa nos padrões de "não alfabetizados". Em 2017, 4,7% dos alunos encontravam-se na categoria. Em 2007, o número era de 47,7% do total de jovens.
Em 2007, o Spaece avaliou que 14 municípios cearenses estavam no padrão desejável em alfabetização das crianças. Atualmente, 182 dos 184 municípios cearenses apresentam bom desempenho. Os municípios de Icó e Umari estão enquadrados no nível suficiente de alfabetização. "Esses dois municípios são da região do Centro-Sul. A Seduc faz toda uma estratégia de parceria diferenciada dos outros municípios para alcançar o nível de excelentes dos demais. Criamos alternativas de apoio, capacitação e gerenciamento para melhorar os números", explicou Idilvan Alencar, titular da Pasta de Educação.
Para os gestores municipais e estaduais, os dados apresentaram crescimento após a implantação, em 2007, do Programa Alfabetização na Idade certa (Paic), com foco na proficiência dos alunos do 2º ano do Ensino Fundamental. Em 2011, o programa expandiu as ações para os estudantes do 3º, 4º e 5º anos. Quatro anos depois, o Estado lançou o Mais Paic, expandindo as estratégias para alunos do 9º ano da rede pública.
Desafios
O 9º ano é uma das séries mais importantes para o acesso . Mesmo com os números positivos, houve queda no rendimentos dos alunos. "Nós caímos em matemática. Aumentamos a carga horária de formação dos professores em outras séries e vimos mudança. A ideia é que a matéria seja ligada ao cotidiano. O aluno precisa entender além do cálculo. Vamos aumentar a carga horária de capacitação dos professores do nono ano em 2018", explicou Alencar.
Marco Aurélio de Patrício Ribeiro, doutor em educação pela Universidade de Fortaleza (Unifor), explica que para alcançar uma boa meta com os alunos do 9º ano é preciso facilitar o acesso, a permanência e a promoção da educação. "Apesar de toda crítica que se faz as políticas é inegável que as medidas vem surtindo efeito. O primeiro problema sanado foi a dificuldade do acesso à escola. Nós conseguimos resolver esse problema".
De acordo com o especialista, quando se fala em 9º ano é preciso pensar em adolescência. "Existe uma falta de motivação natural nesta idade. Muitos começam a trabalhar. Não nego que tenha o problema de base".
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