Em busca de pré-candidaturas que consolidem chapas puras para as eleições deste ano, o diretório estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) reafirma que, até o momento, a legenda pretende ir sozinha para a disputa proporcional e, sem formar coligação, eleger cinco deputados estaduais e três a quatro deputados federais pelo Ceará. Ontem, a sigla divulgou nota em que lembra resolução do PT divulgada no ano passado e, contrariando pressões de outras siglas e "boatos" sobre coligações, reitera que "é decisão da direção do PT Ceará sair só nas eleições proporcionais".
A nota, divulgada pela assessoria de comunicação do PT, foi uma reação a declarações de membros de partidos governistas e a notícias veiculadas na imprensa. Ao Diário do Nordeste, o presidente estadual do partido, Francisco de Assis Diniz, ressaltou que a "tese estratégica" da sigla é "construir a própria chapa para sair só", o que já vem acontecendo internamente. Segundo o dirigente, o partido tem, atualmente, entre oito e nove pré-candidaturas a deputado federal e outras 23 a deputado estadual. Ele projeta que tal número, contudo, pode aumentar até o próximo dia 7 de abril, prazo final da janela partidária. "Queremos chegar aos 35 (pré-candidatos à Assembleia)".
A resolução sobre as eleições parlamentares de 2018, divulgada ainda em 2017, estabelece que "a direção estadual do PT, seus dirigentes municipais, prefeitos, vereadores, setores sociais organizados, militantes em geral, deverão envidar esforços na construção de uma chapa própria de candidatos (as) a deputado (a) estadual para as eleições de 2018".
'Blocão'
O documento ressoa, ainda, o discurso de petistas que dizem que a sigla foi prejudicada na coligação proporcional que compôs no pleito de 2014. "O partido elegeu apenas dois deputados estaduais, quando poderia ter saído das urnas com uma bancada de quatro parlamentares na Assembleia Legislativa".
Embora a resolução reitere que o PT deve ir sozinho para a disputa, segundo De Assis Diniz, o partido aceitará formar coligação se todos os partidos que atualmente compõem a base governista de Camilo Santana (PT) aderirem a um único "blocão". "Se for uma aliança de A a Z, nós topamos", afirma ele, rejeitando, porém, a possibilidade de formação de um bloco maior e de coligações menores de partidos aliados com menor potencial eleitoral. "Eu acho que o governador tem toda a força política para construir isso ('blocão'). Não tem força o PT isoladamente, o MDB, o PDT, mas o governo tem, basta querer", justifica.
Em matéria publicada no último dia 26 de março, o presidente do PT no Ceará havia informado que, após reunião da executiva estadual petista no dia 20, o partido aguardava uma reunião com o governador Camilo Santana para discutir as táticas eleitorais da sigla. De lá para cá, De Assis Diniz teve dois encontros com o chefe do Executivo, mas, "com agenda muito apertada" de Camilo, uma reunião para discutir as questões colocadas "com maior profundidade" deve acontecer após o fim do prazo de filiações, na próxima semana.
Nos dois primeiros encontros, de acordo com o dirigente, foram pautas a reforma do secretariado do Governo do Estado, após a desincompatibilização dos secretários que serão candidatos, e a conjuntura nacional, no contexto dos ataques à caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Região Sul na última semana. A decisão do partido sobre como irá para a disputa proporcional, salienta o dirigente petista, será homologada no Encontro Estadual de Tática Eleitoral do PT, marcado para o dia 26 de maio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário