quinta-feira, 3 de maio de 2018

Cariri: 1.873 mulheres foram vítimas de violência

Barbalha/Crato/Juazeiro do Norte. Em 2016, foram notificados 2.299 casos de violência contra a mulher nestes três municípios do Cariri cearense. Os dados estão disponíveis no caderno "Diálogos sobre as experiências no enfrentamento à violência no Cariri", lançado ontem. O material é resultado do trabalho de pesquisadores e bolsistas do Observatório de Violência e Direitos Humanos, da Universidade Regional do Cariri (URCA), em parceria com a Escola de Saúde Pública do Governo do Estado do Ceará (ESP), por meio da Diretoria de Pós-Graduação (DIPSA).
A expectativa é que o material se torne instrumento de sensibilização da população em geral sobre a realidade da região na violência cometida contra as mulheres. Os dados permitem o levantamento do perfil das mulheres vitimadas, das notificações pelo setor saúde, dos registros de ocorrências nas delegacias da região e dos agressores.
Eles revelaram que há, em média, 6,28 notificações por dia no Crajubar. Ao todo, foram 1.873 vítimas, pois havia boletins de ocorrência com mais de uma. Os cálculos epidemiológicos, mostram que o Crato tem uma taxa de 14,18 notificações, superando Juazeiro do Norte, que possui uma população maior de mulheres e registrou 10,18 notificações. Já Barbalha, teve 1,9 notificações. A maioria das vítimas tem entre 30-59 anos (53,8%); 30,4% são casadas ou em união estável; as separadas são 21,5%. Mais da metade dos agressores são cônjuges ou ex-cônjuges.
"Como existem subnotificados, a nossa estimativa é que os números são bem maiores porque algumas mulheres não denunciam. Isso causa preocupação", afirma a coordenadora do Observatório da Violência, Grayce Alencar. (A.R.)

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