sábado, 26 de maio de 2018

Tarifa de água da população do Crato terá reajuste


Após estudos realizados pela Universidade Regional do Cariri (URCA), através de parceria com a Fundetec, onde foi evidenciada a necessidade de um reajuste nas tarifas da população em 94,99% para que a Sociedade Anônima de Água e Esgoto do Crato (SAAEC), empresa responsável pelo abastecimento na cidade, tenha tarifas justas ao seu funcionamento, o Conselho Municipal de Água e Esgoto, composto por representantes da Prefeitura, através das Secretarias municipais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Territorial, Saúde e Obras; Câmara Municipal; URCA; sociedade civil, associações de moradores, organizações não-governamentais que atuam em atividades afins, OAB, entidades empresariais e da área de engenharia, aprovou em reunião extraordinária realizada nesta sexta-feira (25), no auditório do Geopark Araripe, um novo aumento no valor dos serviços.

Conforme os estudos, a SAAEC tem a segunda menor tarifa de água e esgoto do estado e uma das mais baratas do Nordeste. Em relação à Companhia de Água e Esgoto do Ceará (CAGECE) a diferença é de 151,85%. Mesmo conscientes da necessidade de reajuste em 94,99%, o conselho ponderou e autorizou o aumento em 40% a partir de junho, com primeira conta a chegar aos imóveis em julho, e mais 15% para junho de 2019, totalizando um reajuste de 55%.

A empresa informa ainda que o percentual cobrado para os imóveis com coleta de esgoto passará de 35% para 45%. Também ficou autorizado na reunião para ocorrer o reajuste anual do Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA/IBGE.

Já a tarifa social será alterada de R$ 6 reais e 78 centavos para R$ 9 reais e 49 centavos, enquanto a tarifa dos clientes que possuem hidrômetros e tenham consumo de até 10m³ (metro cúbico) sairá de R$ 12 reais e 92 centavos para R$ 18 reais e 10 centavos, um aumento de R$ 5 reais e 18 centavos. Já os consumidores que não tenham hidrômetros da faixa inicial, saíra de R$ 16 reais e 76 centavos para R$ 23 reais e 53 centavos, um aumento de R$ 6 reais e 77 centavos.

Foi recomendado também que toda ligação nova seja apenas efetuada com hidrômetro, e dentro do possível religar apenas com o instrumento de medição volumétrica de água.

Os conselheiros cobraram da SAAEC o combate a inadimplência, negativação de clientes em débito, e ampliação no corte do abastecimento dos consumidores que não estejam em dias com a empresa, além de eliminar eventuais injustiças entre clientes, devendo ter isonomia entre os mesmos.

Segundo a entidade responsável pelo abastecimento de água dos cratenses, as multas também foram atualizadas de forma a inibir a ocorrência de delitos, variando de R$ 180 reais a R$ 1.698,00 (um mil seiscentos e noventa e oito reais). Algumas tarifas foram atualizadas, tendo as mesmas, utilizado por base a Tabela de Custos da Secretaria de Infraestrutura do Estado do Ceará (SEINFRA).

O presidente da SAAEC, Dr. José Yarlei Brito, classificou a reunião como positiva e ressaltou que o encontro discutiu informações repassadas com base em um estudo “minucioso e técnico, de qual a tarifa se deveria praticar para manter a companhia funcionando e prestando um serviço à sociedade de qualidade, e pra isso, tinha que ter capacidade de pagamento. Então, são várias faixas de consumo e de tarifa em que todas elas analisadas as pessoas têm como pagar”, explica.

O gestor reforça ainda que são 300 quilômetros de rede, além de todo um processo de tratamento e bombeamento pra que o líquido precioso chegue até a casa dos cratenses, “então isso tem um custo e a gente está fazendo um esforço enorme pra que a população tenha essa água sem interrupção no fornecimento e com qualidade”.

Segundo a presidente do Conselho Municipal de Água e Esgoto, Arlene Sampaio, o reajuste ocorreu depois de um “consenso” entre todos os membros, portanto, não chegando a ser votado. Porém, antes da decisão, os integrantes do conselho tiveram a “preocupação em se debruçar bastante em relação aos cenários apresentados tanto em audiência publica quanto em reuniões, em que foram apresentadas as condições financeiras da SAAEC e também os estudos de precificação e de capacidade de pagar da população. Então hoje (sexta-feira, 25) fizemos uma reunião extraordinária, onde a gente discutiu as propostas apresentadas pela empresa, alguns conselheiros apresentaram suas propostas e a gente entrou em um consenso”, informa.

De acordo com a entidade, novos empreendimentos como as Estações de Tratamento de Esgoto do bairro Seminário e do Minha Casa Minha Vida necessitam de investimentos, mas atualmente as condições financeiras não são suficientes para a realização dos trabalhos nesses equipamentos.

Com isso, a expectativa do conselho é que a SAAEC consiga “atender a essa defasagem em relação à [tarifa de] água, e tudo isso foi feito com bastante responsabilidade e com muito cuidado até que a gente chegasse a esse reajuste final que vai ser publicado e colocado em vigor”, finaliza Arlene.

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