Inauguração oficial do Pits no Eusébio contou com governador, outros políticos e a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade. (Foto: MAURI MELO) |
Com a inauguração
oficial da unidade cearense da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), foi dada a
largada para o Polo Tecnológico e Industrial da Saúde (Pits) do Eusébio. A
segunda fase do projeto, que inclui a unidade de produção de vacinas do Centro
Tecnológico de Plataformas Vegetais (CTPV), gerenciada pela Bio-Manguinhos,
atualmente na terraplanagem, deve operar em cinco anos e os primeiros
resultados na produção de medicamentos no Ceará virão juntos. Mas outras três
empresas - Nuteral, Point Suture e Instituto Atlântico - já assinaram protocolo
de intenção e devem somar investimentos de mais R$ 40 milhões.
A expectativa é que
estas novas empresas comecem a operar em dois anos, informou o presidente da
Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Eduardo Neves. Já a
unidade de Bio-Manguinhos, a primeira fora do Rio de Janeiro, será voltada à
produção de vacinas, kits diagnósticos e outros biofármacos a partir vegetais.
Dentre as linhas de ação está a produção de medicamento a partir de células de
cenoura e tabaco para tratamento da Gaucher, doença genética que causa aumento
do baço e do fígado.
O carro-chefe, no
entanto, será o parque da Fiocruz, que tem como foco integrar projetos de
inovação tecnológica na produção de medicamentos, insumos e diagnósticos, para
atender da saúde básica à medicina de alta complexidade. O investimento é de R$
180 milhões.
“A inauguração da sede
da Fiocruz no Polo do Eusébio representa um marco, a nosso ver, para o Ceará,
para a Fiocruz, mas, sobretudo, ao nosso País, porque aqui o projeto está centrado
na redução das desigualdades sociais, regionais, a partir do trabalho de
ciência, tecnologia e inovação para o Sistema Único de Saúde (SUS), para saúde
no Ceará e de todos os brasileiros”, afirmou a presidente da Fiocruz, Nísia
Trindade Lima.
A ideia é que a
unidade use matérias-primas do bioma nordestino para desenvolver produtos. Ela
explica que algumas pesquisas voltadas para o desenvolvimento tecnológico e
inovação em saúde vão responder a questões desde a doenças infecciosas à
medicamentos para câncer e já estão em andamento. Bem como os programas na área
da Saúde da Família, na relação de saúde e meio ambiente, e formação de
profissionais. Mas o tempo de maturação das pesquisas - de forma mais
significativa - deve se dar nos próximos quatro anos.
“Alguns resultados já
podem ser vistos por meio de artigos e publicações, mas eu posso dizer que em
um período de quatro anos teremos um resultado bastante consistente no campo de
diagnóstico e no desenvolvimento de processos de biofármacos porque isso já é
uma história que não está começando agora, mas estas instalações vão propiciar
novas atividades”.
Dentre os projetos que
devem ser trazidos em breve para o Pits está o “Mosquito no Mundo”, que
trabalha com a tecnologia ‘Wolbachia’ para controle de doenças transmitidas
pelo Aedes aegypti, como dengue, chikungunya, zika vírus e febre amarela.
Para o governador
Camilo Santana (PT), com os projetos da Fiocruz no Pits, o Ceará se coloca no
centro dos avanços em saúde pública no Brasil. “Nenhum país do mundo cresce e
se desenvolve sem investir em pesquisa, ciência e tecnologia, que é o que a
Fiocruz passa a fazer aqui. Não tenho dúvidas de que é um divisor de águas para
o Pits, para que novas empresas se instalem e as universidades”. Fonte: O
Povo
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