sábado, 2 de junho de 2018

Em Juazeiro, Centro de Cultura Mestre Noza terá espaço renovado

As esculturas em madeira e barro são o ponto alto do que é comercializado. (Foto: Antonio Rodrigues)
Juazeiro do Norte. Uma das principais referências do artesanato nordestino no Brasil, o prédio do Centro de Cultura Popular Mestre Noza está sendo reformado há três semanas. Com investimento de R$ 241.371,24, em parceria do Ministério da Cultura e Secretaria Municipal de Cultura, a reforma contempla a instalação de um Café Cultural e a criação de uma área de convivência para artistas e visitantes.

Os espaços onde os artesãos criam suas peças estão sendo readequados para oferecer mais segurança e conforto. Até o fim da obra, previsto para outubro, os trabalhadores foram realocados no Centro Multiuso.

A última reforma foi há mais de 18 anos. O equipamento vinha sofrendo com o piso danificado e instalações elétricas ultrapassadas. Agora, os artistas passarão a ter um local readequado para suas criações, além de um ambiente para o armazenado da matéria-prima e estoque. No fim da reforma, o espaço para comercialização estará integrado a essa nova estrutura. A ideia é que o fluxo para a circulação de pessoas, desde a entrada até a saída, possa ser interativo, intuitivo e ofereça acessibilidade.

Segundo a diretora administrativa da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), Luciana Dantas, a reforma sempre foi um anseio dos artesãos. "Ela foi planejada de forma participativa com os artesãos. O espaço vai passar por uma requalificação. A estrutura em si não vai passar por mudanças. Está sendo preservado em seus detalhes, mas terá um espaço adaptado para trabalharem", descreve.

Além das reformas físicas, a parte elétrica está sendo reinstalada. O palco, agora poderá receber shows com segurança. "Os artesãos poderão receber atrações, ter intercâmbio. É um ganho para a linguagem artística e também um reconhecimento desse patrimônio cultural", reconhece Luciana.

No entanto, ela garante que a ocupação deste equipamento se dará a partir de diálogo com os artesãos. "É de interesse da municipalidade trabalhar em todos os equipamentos, dar a devida ocupação a eles. Se formos desenvolver alguma atividade, podem ter certeza que será dialogado de forma respeitosa", diz.

Consequências
Enquanto acontece a reforma, os artesãos estão ocupando um espaço no terceiro andar do Centro Multiuso, vizinho ao Vapt Vupt, cedido pela Universidade Regional do Cariri (Urca), por meio do Instituto de Pesquisa José Marrocos (Ipesc). A parceria foi viabilizada pela Secult de Juazeiro do Norte. Os artesãos estão trabalhando normalmente. Quando a reforma do Centro Mestre Noza for finalizada, eles retornarão ao espaço.

"Esses seis meses de reforma, para mim vão ser dois anos", afirma o artesão Beto Soares, que lamenta a pouca divulgação da realocação, até agora, já que no Centro Multiuso, o Mestre Noza recebeu pouquíssimos visitantes. Apesar do espaço grande, o conjunto de peças forma uma grande galeria de arte, similar a um museu, mas o silêncio é um contraste, bem diferente da loucura do barulho do Centro de Juazeiro do Norte, onde fica o equipamento em reforma.

No entanto, o local foi escolhido pela própria Associação de Artesãos de Juazeiro do Norte, pois, apresentava as melhores condições de receber os trabalhadores. Hoje, são cerca de 80 associados, 12 trabalham diariamente no Centro Mestre Noza. O restante cria seus produtos em casa e expõe no equipamento.
"A dificuldade é divulgação. Os clientes já iam de olhos fechados, hoje não sabem nem onde estamos. Era para ter uma plaquinha indicando, mas, até agora, não há nada", reclama Beto.      Fonte: Diário do Nordeste

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