Para o deputado José Sarto, a principal dificuldade é a grande quantidade de candidatos e a limitação da lei das coligações partidárias. FOTO: BRUNO GOMES |
Com
uma base governista formada por mais de 20 partidos e uma aliança com o MDB,
que não agrada as principais lideranças de seu grupo político, o governador
Camilo Santana tem pela frente o desafio de constituir blocos partidários que
garantam sua reeleição com o mínimo de prejuízo para os aliados.
As
próximas semanas, antes do fim do prazo para as convenções, serão marcadas pela
realização de cálculos matemáticos em busca da construção de coligações
proporcionais fortes, a fim de consolidar uma bancada expressiva nas casas legislativas,
caso o petista se consagre vitorioso no pleito de outubro próximo.
Muitas
probabilidades já foram apresentadas e testadas, mas nada foi fechado. O foco
principal é a reeleição de Camilo e eleição das duas candidaturas ao Senado, na
disputa majoritária. Até o momento, a ideia que se tem é lançar o ex-governador
Cid Gomes por uma coligação robusta, mas também garantir a reeleição do senador
Eunício Oliveira, como integrante da base governista.
O
próprio secretário chefe da Casa Civil, Nelson Martins, já admitiu que o
Governo trabalha com a possibilidade de dois grandes blocos, um liderado por
PDT e outro talvez liderado por PT. Além desses, agrupamentos menores também
estão sendo construídos com os partidos cujos potenciais de votos dos seus nomes
são inferiores aos das outras alianças governistas.
Segundo
parlamentares da base aliada, uma das coligações seria formada por PDT, PP,
PSD, PSB, DEM e SD. Outra, composta por MDB, PR, PTB, PRB, PSC e PV. Uma
terceira, ainda em discussão, poderia ser formada pelo PT isolado ou em aliança
com PCdoB. Há ainda o bloco já definido para proporcional entre PPS, PPL e
PRTB. Avante, Rede e PHS também já fecharam questão, assim como o Patriotas,
que pretende seguir sozinho na disputa proporcional.
De
acordo com o deputado José Sarto (PDT), as composições são difíceis porque cada
partido quer preservar a maior quantidade de deputados federais e estaduais e a
conta, de modo geral, não fecha. "A regra é preservar a composição para o
Executivo, tanto para governador quanto para senador, e se puder contemplar a
coligação para federal e estadual, que preserve a maioria dos atuais detentores
de mandatos. E essa equação é um pouco complicada".
Tempo
Ele
ressaltou que existem partidos com maior número de deputados e votos, como o
PDT, o que afasta outros que, em tese, temem tal situação. "Acho que o
tempo é o determinado por Lei. Vamos ver o que acontece em nível nacional com a
pré-candidatura do PDT, e sabermos se Lula será candidato ou não, porque isso
terá repercussão direta no Ceará". Na opinião de José Sarto, as possíveis
composições a que o Diário teve acesso estão no rumo certo para se tornarem as
coligações de outubro.
Presidente
do PDT, o deputado federal André Figueiredo afirmou que tudo ainda está em
discussão, visto que a característica dessa composição, além de extremamente
ampla, sempre é deixada para última hora, já que esta é uma marca do grupo
liderado pelo ex-governador Cid Gomes. "No momento adequado teremos uma
definição. Mas, por enquanto, nada definido", disse.
Outras
lideranças políticas do Ceará informaram que nas composições proporcionais cada
um quer salvar o seu mandato, e o fato de o PDT ter em seus quadros postulantes
com densidade eleitoral expressiva tem assustado muitos que não querem se
coligar com a sigla.
Para
a disputa proporcional, o MDB acredita que fará até dois nomes sozinho e, em
uma eventual chapa proporcional para a disputa à Assembleia, pensa em eleger
até seis nomes. O PSD, de Domingos Filho, tende a estar em bloco com o PDT, mas
tal discussão, segundo informaram lideranças partidárias, será feita pelos
próprios deputados.
"Como
são contados apenas os tempos de TV e rádio dos seis maiores partidos, imagino
que a coligação do Camilo Santana deve ser PT, MDB, PP, PSD, PSB, PR e PDT
porque tem a vice. Nada obsta que os demais 18 partidos da base possam estar
juntos, mas não conta tempo", disse Domingos Filho. No entanto, André
Figueiredo afirma que o PDT não se coligará com o MDB, nem na disputa
proporcional e nem na majoritária. Fonte: Diário do Nordeste
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