Ainda
cedo, o menino Pedro Ernesto Morais de Jesus, há mais de 40 anos, se imaginava
um grande humorista. Nessa época não sabia que se transformaria em um
personagem criado por ele mesmo com um figurino próprio que representa a
mistura de matuto, sabido e sertanejo. Espalha um “humor sadio” que poucos
humoristas hoje se arriscam a não dizer uma piada fora dos padrões de idade.
Como ele mesmo diz: “humor
matuto, livre para todos os públicos”.
Para
assumir a grande responsabilidade de levar o riso, teve que estudar como criar
um personagem que possa cair na boca do povo e representar o popular e o
cômico. Após vários escritos em folhas de papel surgiu um nome curioso Tranquilino Ripuxado.
Roupa fora de moda, cabelo “arrupiado” e acessórios típicos do matuto foi o
figurino que precisava para cair no mundo e ser revelado por quem lhe desse
oportunidade.
E
não faltou apoio, principalmente do poeta, já falecido, e um dos principais
representantes da literatura de cordel, Elói Teles foi quem primeiro apostou nele em
uma parceria que completou 25 anos junto à Academia dos Cordelista do
Crato.
Nasceu
no Crato, sítio Lameiro. Foi nas situações vividas na infância simples que
buscou a forma como que seu personagem iria ser construído. Brincando, fazendo
paródia de tudo que o humor dele aos poucos foi ganhando atenção de pessoas
próximas.
TRAJETÓRIA
Em
1993, Tanquilino nascia nas escolas e ganhava as risadas de crianças, nas
praças e lugares abertos foi ganhando gargalhadas de adultos. Aos poucos todos
que formavam o palco improvisado em redor do artista prestavam atenção em suas
histórias, variadas idades acabava caindo na mesma piada, coisa quase
impossível para quem quer fazer humor hoje. Isso tudo foi seu “Laboratório”
como ele mesmo diz, esse modo de fazer humor para o povo e não somente para os
palcos. Das pessoas tira o que dá prazer a qualquer humorista: boas risadas de
histórias, causos e situações comuns que se tornam ingredientes engraçados da
vida do matuto.
Como
todo artista, grandes pretensões povoam sua vontade. Se tornar conhecido
nacionalmente é uma ambição, mas também uma forma de certificar os longos 25
anos encarnados em um só personagem que diz representar o Crato, não só pelo
nome da cidade pintado na cabaça à tiracolo. Tentou algumas participações na TV
do sudeste como um dos únicos redutos de divulgação do humorista para todo o
Brasil. Tudo sem sucesso, talvez porque ainda não descobriram o artista que é.
Mas o Cariri não o deixou pra trás, a região que nasceu já o consagrou como
grande humorista. Tanto que já fez diversas participações em TVs locais, e hoje
é peça integrante do programa “Ceará Diverso” da TV Verde Vale.
PEDRO
ERNESTO
Fora
de Tranquilino, Pedro Ernesto é outra pessoa até na aparência. Revela que não é
de está dando gargalhadas, mas se preserva “em levar uma vida de forma suave e
em alto astral”. Casado é pai de dois filhos e o mesmo tempo chefe de uma
“família abençoada”, como ele mesmo define. Filho do casal José Raimundo de
Jesus e dona Maria de Fátima morais. Em sua certidão civil, é registrada a data
de nascimento de 2 de novembro de 1970, brinca até com data dizendo que nasceu
no dia de finados.
Dono
do seu personagem, Pedro Ernesto pegou para si Tranquilino Ripuxado e sem ele
não sabe como viver. Duas pessoas em uma só carne, é com ele que ganhou as
risadas do povo e notoriedade que merece. “Lascado de beleza”, “acontece cada
vida nas coisas da gente” e “num diga a ninguém não, espáia...” são bordões
criados pra ganhar corpo em piadas ditas no improviso. Mais do que isso, também
são slogans de 25 anos de humor para quem sabe tirar da boa piada uma forma de
rir da vida e das coisas do mundo sem ofender ninguém.
Mas num
diga a ninguém não... espáia! Fonte: Blog Papo Reto Cariri
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