A comerciante Marcianita Menezes, 35,
diz que o custo
mensal com o gás de cozinha
representa 20% do orçamento familiar
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Custo
importante no orçamento familiar, o gás de cozinha teve aumento no preço de
15,05% nos últimos doze meses no Ceará, no período de junho de 2017 a maio
deste ano, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP). No Brasil, os reajustes médios para o consumidor
variaram entre 26,29%, no Maranhão, a 6,70%, no Amapá em igual intervalo.
Neste
mês, o preço do botijão no Estado atingiu a média de R$ 71,83. O valor é o
segundo mais caro do Nordeste, atrás de Sergipe (R$ 76,30), e o 12º maior do
País. A média mais alta no Ceará está em Maracanaú (R$ 75,69), seguida de
Fortaleza (R$ 75,39), e a mais barata fica em Juazeiro do Norte (R$ 65,50).
Segundo O Povo noticiou em maio
deste ano, famílias cearenses voltaram a usar carvão após alta do gás. Os dados
de 2017 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que 23,4% dos lares
cearenses usam carvão ou lenha para cozimento de alimentos.
Os
reajustes têm um impacto relevante na renda e na capacidade de compra das
famílias, sobretudo das classes BCD, avalia Ricardo Coimbra, mestre em Economia
pela Universidade Federal do Ceará (UFC). "Para que possam manter a
capacidade de consumo, acabam renunciando a outros bens". Outra medida é a
busca por bens substitutos, como, por exemplo, trocar o consumo de carne por
frango ou ovos. "O consumidor faz uma recomposição na cesta de
alimentos", explica o economista.
Considerando
a média de renda do cearense de R$ 1.100 e o preço do gás a R$ 71,82, o item
representa 6,52% do orçamento. "Se a pessoa gasta quase 7% só com item
relacionado com consumo, acaba que esse percentual é bastante
significativo", destaca Ricardo. "Principalmente para quem perdeu
emprego, está na economia informal, tem pequeno negócio, ou é um prestador de
serviço e ganha menos que um salário", complementa.
A
tendência, no entanto, é que o preço do gás estabilize, prevê Bruno Iughetti,
especialista na área de petróleo e gás. Com a nova política de reajustes do gás
de cozinha, implantada pela Petrobras em julho do ano passado, e o fim da
subvenção ao produto, os preços se tornaram mais realistas, observa o
consultor.
Ele
pondera que os reajustes foram menores e com frequência maior, considerando o
preço internacional e a variação cambial. "Na minha análise haverá queda
de preços, porque o petróleo está em queda no mercado internacional e isso vai
refletir no mercado nacional. Os ajustes serão feitos quando necessários, uma
vez a cada 30 dias. Não irá oscilar mais".
Para
a comerciante Marcianita Menezes, 35, o custo mensal com o gás de cozinha
representa 20% do orçamento da família. É a quarta maior conta, depois de luz,
água e telefone. O botijão, que era comprado ano passado a R$ 55, atualmente
sai por R$ 75. Além de usar o gás para as refeições da família, Marcianita
também prepara tapiocas para vender e 1kg de farofa todos os dias que serve de
acompanhamento no churrasco para clientes. O reajuste do gás, porém, ainda não
foi repassado aos produtos vendidos. Fonte: O Povo
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