Quixadá. Existem muitas maneiras
de demonstrar amor ao próximo. Para os ambientalistas, preservar a natureza é
uma delas, principalmente em regiões onde os ecossistemas estão ameaçados.
Preocupadas com a possibilidade de a degradação ambiental se estender ainda
mais pelo Interior do Ceará, duas famílias são exemplos desse sentimento para
as futuras gerações. Os Holanda e os Gadelha transformaram suas propriedades, localizadas
em dois biomas existentes no Nordeste brasileiro, a Caatinga e a Mata
Atlântica, em Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).
As
duas Reservas foram reconhecidas, recentemente, pelo Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio), elevando para 36 o número de Unidades
de Conservação Ambiental em nível Federal, na modalidade RPPN, no Estado do
Ceará.
Pelos
levantamentos da Associação Caatinga, dedicada à criação dessas unidades
ambientais especiais, o Estado é um dos destaques, em nível nacional, em
iniciativas dessa natureza. São mais de 15 mil hectares de área totalmente
protegida. Os outros estados são o Paraná e São Paulo, explica o biólogo
coordenador técnico da Associação, Samuel Portela.
Novas
reservas
Quixadá,
onde está concentrado o maior parque de cadeias de montanhas monolíticas do
Brasil, acaba de ganhar uma dessas reservas. A primeira particular com
concentração dessas formações rochosas, a Fazenda Fonseca - Irmã Heloísa e
Maurício Holanda, fica situada a cerca de 5Km da Pedra do Cruzeiro, marco
urbano natural encravado no coração da cidade.
A
propriedade da Família Holanda, com 226,20 hectares, foi reconhecida como
reserva federal no dia 10 de junho passado, após 15 anos de luta, explicou a
matriarca, Guiomar Holanda, 88 anos.
Esse
amor pela natureza começou com os avós, há cerca de 150 anos, época da
construção da casa grande da fazenda, outro tesouro da propriedade, a se
transformar, futuramente, em um museu histórico-ecológico.
A
caça, as queimadas, a extração de madeira, os carvoeiros, tudo ilegal, davam um
aperto no coração. Havia necessidade de proteger essa biodiversidade, mas a
burocracia tornou ainda mais angustiante o caminho até a conquista da segurança
ecológica amparada por Lei federal.
A
segunda RPPN, da Família Gadelha, é o Sítio Lagoa, a pouco mais de 10Km do
Centro de Guaramiranga, no Maciço de Baturité. A propriedade faz limite de uma
extensão da Mata Atlântica com outro bioma genuinamente brasileiro, a Caatinga.
A
floresta natural dos Gadelha funciona como uma espécie de parede de proteção
dessa transição ambiental. A sua preservação foi pensada pelo engenheiro
químico Antônio Eugênio Gadelha e outros seis irmãos. Unânimes, decidiram pela
criação da Reserva, com 70 hectares de área. Fonte: Diário do Nordeste
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