sábado, 25 de agosto de 2018

Famílias cearenses dão lição de preservação ambiental


A primeira RPPN com concentração de cadeias de montanhas
monolíticas, a Fazenda Fonseca - Irmã Heloísa e Maurício Holanda,
fica a cerca de 5Km da Pedra do Cruzeiro, marco urbano natural
encravado no coração da cidade (Foto: Alex Pimentel)
Quixadá. Existem muitas maneiras de demonstrar amor ao próximo. Para os ambientalistas, preservar a natureza é uma delas, principalmente em regiões onde os ecossistemas estão ameaçados. Preocupadas com a possibilidade de a degradação ambiental se estender ainda mais pelo Interior do Ceará, duas famílias são exemplos desse sentimento para as futuras gerações. Os Holanda e os Gadelha transformaram suas propriedades, localizadas em dois biomas existentes no Nordeste brasileiro, a Caatinga e a Mata Atlântica, em Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).

As duas Reservas foram reconhecidas, recentemente, pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), elevando para 36 o número de Unidades de Conservação Ambiental em nível Federal, na modalidade RPPN, no Estado do Ceará.

Pelos levantamentos da Associação Caatinga, dedicada à criação dessas unidades ambientais especiais, o Estado é um dos destaques, em nível nacional, em iniciativas dessa natureza. São mais de 15 mil hectares de área totalmente protegida. Os outros estados são o Paraná e São Paulo, explica o biólogo coordenador técnico da Associação, Samuel Portela.

Novas reservas
Quixadá, onde está concentrado o maior parque de cadeias de montanhas monolíticas do Brasil, acaba de ganhar uma dessas reservas. A primeira particular com concentração dessas formações rochosas, a Fazenda Fonseca - Irmã Heloísa e Maurício Holanda, fica situada a cerca de 5Km da Pedra do Cruzeiro, marco urbano natural encravado no coração da cidade.

A propriedade da Família Holanda, com 226,20 hectares, foi reconhecida como reserva federal no dia 10 de junho passado, após 15 anos de luta, explicou a matriarca, Guiomar Holanda, 88 anos.

Esse amor pela natureza começou com os avós, há cerca de 150 anos, época da construção da casa grande da fazenda, outro tesouro da propriedade, a se transformar, futuramente, em um museu histórico-ecológico.

A caça, as queimadas, a extração de madeira, os carvoeiros, tudo ilegal, davam um aperto no coração. Havia necessidade de proteger essa biodiversidade, mas a burocracia tornou ainda mais angustiante o caminho até a conquista da segurança ecológica amparada por Lei federal.

A segunda RPPN, da Família Gadelha, é o Sítio Lagoa, a pouco mais de 10Km do Centro de Guaramiranga, no Maciço de Baturité. A propriedade faz limite de uma extensão da Mata Atlântica com outro bioma genuinamente brasileiro, a Caatinga.

A floresta natural dos Gadelha funciona como uma espécie de parede de proteção dessa transição ambiental. A sua preservação foi pensada pelo engenheiro químico Antônio Eugênio Gadelha e outros seis irmãos. Unânimes, decidiram pela criação da Reserva, com 70 hectares de área.  Fonte: Diário do Nordeste

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