Abrir
a torneira para encher um balde com água pode parecer um ato simples.
Barragens, adutoras e canais são construídos para abastecer residências e as
indústrias. O custo para criar esse ciclo é alto e pode aumentar até o próximo
ano. Em entrevista ao Diário do Nordeste, o titular da Secretaria dos Recursos
Hídricos (SRH), Francisco Teixeira, revelou que a Pasta estuda com a Companhia
de Água e Esgoto do Estado do Ceará (Cagece), um outro tipo tarifário de
cobrança. Inicialmente, os órgãos aguardam a chegada das águas da transposição
do Rio São Francisco para analisar um modelo que afete com menor custo possível
o bolso do consumidor.
Teixeira
conta que estão sendo discutidos os impactos do aumento tarifário devido à
implantação de sistemas de alto custo como o Malha D'água. "Estamos
estudando. Precisamos esperar pela chegada do São Francisco para ver o impacto
que isso terá no custo da água para o usuário final. A transposição, creio eu,
será concluída no fim do ano. No início de 2019, a água deve chegar aqui. A
questão é que vivemos um momento de escassez. A energia tinha um custo menor no
passado, hoje é crescente".
Em
relação à chegada das águas do Velho Chico, o governador Camilo Santana é um
pouco mais otimista. Em visita ao Sistema Verdes Mares, nessa quinta-feira
(30), ele disse que acredita que as "águas podem chegar em outubro
próximo".
O
secretário Francisco Teixeira explica que os atuais sistemas de irrigação
utilizados no Interior estão sendo reavaliados e devem ser alterados devido ao
alto consumo de água. "O modelo de agricultura irrigada está sendo
discutido. Precisamos fazer mais com menos. O Conselho Estadual de Recursos
Hídricos está aprovando medidas para se usar novos métodos de irrigação, porque
não dá mais para usar a inundação. Estamos discutindo uma alternativa em que as
culturas exploradas façam o uso menor de água".
Desafio
Além
da transposição, um dos desafios da SRH é a implementação do sistema Malha
D'água. O Estado deve começar a construção do projeto pelo município de
Banabuiú. "Vamos transformar o Arrojado Lisboa no açude chave para
abastecer as cidades do Sertão Central. Vamos ainda modificar a gestão. Ele é
muito utilizado para irrigação e passará a ser usado mais para o consumo
humano. Isso vai garantir o abastecimento de nove cidades e 37 distritos".
Para
poder iniciar as obras, a SRH está negociando com o Banco Mundial o valor de
$90 milhões de dólares. No tocante à cobrança, o custo é alto. Temos de
construir barragem, adutora e o canal. Praticamente fabricamos a água. Se não
fizer isso, a água não chega. Tudo tem custo de operação e manutenção". O
projeto Malha D'agua prevê a construção de mais de 4.300 km de adutoras, a
partir dos açudes mais resistentes à seca. Ele tem extensão de 4.306 km de
linhas adutoras principais, 305 estações de bombeamento e deve atender a 6,2
milhões de pessoas em 179 municípios. É estimado que haja uma vazão de água em
16,5 m³/s. A partir das estações, a Cagece deve distribuir a água tratada
dentro do padrão de portabilidade para consumo aos municípios cearenses. Fonte: Diário do Nordeste
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