Manoel Alves, de 103 anos, percorreu a igreja para
rezar
aos pés da imagem (Foto: Antonio Rodrigues)
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Crato. Com
missas, cortejos, passeio ciclístico, caminhadas, cafés comunitários e
cavalgada, este Município no Cariri cearense celebra, desde o último dia 18 de
agosto, sua padroeira, Nossa Senhora da Penha. Amanhã, dia 1º, uma grande
procissão, a partir das 17h, encerra a festa litúrgica, percorrendo as
principais ruas da cidade. São esperadas mais 40 mil pessoas durante o trajeto.
Neste ano a Paróquia comemora 250 anos.
Segundo
o padre José Vicente Alencar, por causa da data festiva, a programação foi
pensada para ser grandiosa e, por isso, foi iniciada com uma grande carreata e
celebrações voltadas à juventude, às famílias e aos ministérios.
"Queríamos uma festa que despertasse a alegria e aquele sentimento de
gratidão a Deus por toda essa duração da devoção do povo a Nossa Senhora da
Penha", conta o pároco.
No
dia 23 de agosto, iniciou o novenário com orações diárias às 5h da manhã,
seguindo com caminhada para as outras paróquias e comunidades cratenses, com
confraternização e oração. Enquanto na Sé Catedral, todos os dias houve missas
celebradas pelos párocos locais, seguidas pela novena e celebração presidida
por bispos do Ceará e de Pernambuco. A vinda deles se deu em comemoração aos
250 anos. "São dioceses que, de alguma forma têm uma ligação com a Diocese
de Crato ou com nossa Paróquia", explica o sacerdote.
Inaugurada
no dia 4 de janeiro de 1768, a Paróquia de Nossa Senhora da Penha foi criada
pela Diocese de Olinda (PE), por isso, veio um bispo de Recife. Além disso,
representantes das dioceses de Limoeiro do Norte, Iguatu (que nasceu da Diocese
de Crato) e Quixadá (que recebe seminaristas cratenses) participaram da festa.
"A comunidade como um todo não só abraçou, como esperava ansiosamente a
programação. Em todas as partes que a gente vai, percebe a alegria, o espírito
festivo dos fiéis que ali se encontram", descreve o padre.
"Imperatriz
de Crato", o título popular de Nossa Senhora da Penha, representa uma
admiração e reverência que o cratense tem com sua padroeira. "Uma relação
de amor e muita profundidade espiritual", explica o sacerdote. É essa fé
que fez o aposentado Manoel Alves, de 103 anos, sair de Timon (MA) para cumprir
promessa na sua terra natal. De joelhos, percorreu a igreja, até o altar, para
rezar aos pés da imagem.
Manoel
deixou o Crato aos 15 anos e, mesmo assim, não esqueceu a devoção pela padroeira
da sua cidade, visitando anualmente a Paróquia. "Nossa Senhora da Penha é
minha vida. Em todas as minhas horas difíceis, está comigo", justifica.
Junto a ele, oito familiares vieram ao Crato ver de perto a fé do patriarca.
A
aposentada Francisca Aleuta de Macêdo, que chegou ao Crato na década de 1960,
tomou para si a fé na padroeira. "Só deixarei de ser (devota) quando for
pra eternidade", garante. Fonte: Diário
do Nordeste
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