Em maio, caminhoneiros fizeram greve devido
ao valor do
diesel (FOTO: JOSÉ LEOMAR)
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Mal
iniciaram a recuperação dos efeitos negativos da greve dos caminhoneiros,
encerrada há três meses, setores produtivos cearenses já estão novamente
preocupados com o quadro de possíveis paralisações. A alta de mais de 13% do
diesel pela Petrobras na última sexta-feira (31) agravou a situação de impasse
entre a categoria e o governo. Cientes dos desgastes, indústria e comércio
alertam que o encarecimento do frete, ocasionado pelo aumento diesel, deve
elevar os preços dos produtos.
"Obrigatoriamente
esses aumentos vão ser repassados aos consumidores. A alta do diesel acaba
onerando uma série de pontos, como a logística dos produtos e os custos
industriais. Isso também reduz o poder aquisitivo da população. Um ponto
interessante que vale destacar é que parte substancial do preço dos
combustíveis se deve aos impostos", explica o economista da Federação das
Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Guilherme Muchale.
De
acordo com ele, o tabelamento do frete já tem por si só um impacto negativo
para a indústria do Nordeste. "Isso porque os maiores mercados produtores
estão distantes da Região. O tabelamento acaba fortalecendo as desigualdades
regionais. E o incremento do preço do diesel onera os custos e processos das
empresas, reduzindo de certa forma a competitividade do nosso produto voltado
para os mercados do Sul e Sudeste".
Para
ele, a lição tirada da última greve dos caminhoneiros é a redução dos riscos.
"Uma série de indústrias que dependem do transporte rodoviário adotou
medidas para reduzir a dependência de empresas de transporte terceirizadas. Uma
medida é trazer de volta a questão da área de transporte e logística de
produtos internamente. Então é preciso reduzir o risco e ter uma equipe de
transporte dentro da própria empresa".
O
comércio também prevê aumentos nos preços dos produtos a partir da alta do
diesel e consequentemente elevação no valor do frete. "Desde a greve dos
caminhoneiros que a situação dos preços está desorganizada. Desordenou
completamente o abastecimento no comércio. Quem tinha um estoque antigo
conseguiu manter os preços que vinham praticando anteriormente. Quem for
receber os produtos com o frete novo vai ter que aumentar os preços. Depende
muito do estoque", afirma o presidente do Sindicato do Comércio Varejista
e Lojista de Fortaleza (Sindilojas), Cid Alves.
Na
opinião dele, o governo atual está praticando preços elevado para os
combustíveis acarretando aumento nos custos dos empresários. "Nós estamos
pagando a conta agora sem geração de emprego, as vendas de agosto não foram
boas e as expectativas para os próximos meses é que a situação melhore um
pouco", acrescenta. Diário do Nordeste
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