Fernando Haddad foi ontem a caetés, em Pernambuco,
cidade
natal de Lula. (Foto: Ricardo Stuckert)
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Um
dia depois de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barrar a candidatura de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto, o vice na chapa petista
Fernando Haddad disse que "o povo não sai das ruas até garantir Lula na
corrida presidencial".
Após
passar por Fortaleza na última sexta-feira, onde participou de ato ao lado do
governador e candidato à reeleição Camilo Santana (PT), o ex-prefeito de São
Paulo visitou ontem Caetés, terra natal do ex-presidente, no interior de
Pernambuco.
No
município, o ex-ministro falou que irá "manter posicionamento político e
moral em torno da liderança do Lula e do desejo de mais de 50% dos
brasileiros".
Haddad
afirmou ainda que vai "conversar com Lula na segunda-feira (amanhã) pela
manhã e levar o quadro jurídico do que é possível fazer diante da
desautorização da ONU por parte das autoridades da Justiça Eleitoral". De
acordo com ele, a "Justiça Eleitoral, nesse caso, talvez não seja a última
palavra".
A
principal tese dos advogados de Lula no TSE baseava-se em parecer elaborado por
comitê das Nações Unidas segundo o qual o petista tem direito de disputar as
eleições presidenciais.
Em
julgamento na sexta-feira, todavia, seis dos sete ministros do tribunal
discordaram dessa argumentação.
Por
6 votos a 1, o colegiado indeferiu o pedido de registro de candidatura de Lula
com base na Lei da Ficha Limpa - a solicitação havia sido alvo de 17
contestações.
O
ex-presidente está preso em Curitiba há quase cinco meses. Ele foi condenado
por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex de Guarujá.
Apesar
do veto da Corte, Lula divide o protagonismo com Haddad na primeira propaganda
política do PT na TV. A peça foi veiculada ao meio-dia de ontem.
Sem
indicação de quem é o candidato a presidente na chapa e quem é o vice, a
publicidade se constitui de imagens feitas em frente ao prédio da
Superintendência da Polícia Federal, no Paraná.
Nela,
o ex-presidente defende-se de acusações de corrupção e assegura que vai
"passar para a história como o presidente que mais fez inclusão
social".
No
mesmo vídeo, o petista acrescenta: "Mas eu não sei como eles vão passar,
como juízes ou como algozes", diz sem nomear ninguém.
Haddad
afirma então que Lula está preso "enquanto o governo Temer bagunça o
Brasil".
Segundo
decisão inicial da Corte Eleitoral, o PT não poderia fazer campanha na TV e
rádio até substituir Lula na cabeça de chapa.
Relator
do caso, o ministro Luis Roberto Barroso estipulou prazo de dez dias para que a
legenda alterasse a composição partidária.
Nesse
período, o partido não poderia dispor de recursos públicos.
Em
reunião fechada realizada já na madrugada de ontem, no entanto, o colegiado
reviu parte do voto de Barroso, atenuando a sanção - o PT poderia manter a
campanha no horário eleitoral, mas sem a presença de Lula como candidato.
Conforme
a legislação eleitoral, apoiadores só podem ocupar no máximo 25% do tempo de
cada peça produzida. A propaganda presidencial é levada ao ar às terças,
quintas e sábados. Fonte: O Povo
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