domingo, 2 de setembro de 2018

Após veto da Justiça, PT mantém candidatura de Lula à Presidência


Fernando Haddad foi ontem a caetés, em Pernambuco,
cidade natal de Lula. (Foto: Ricardo Stuckert)
Um dia depois de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barrar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto, o vice na chapa petista Fernando Haddad disse que "o povo não sai das ruas até garantir Lula na corrida presidencial".

Após passar por Fortaleza na última sexta-feira, onde participou de ato ao lado do governador e candidato à reeleição Camilo Santana (PT), o ex-prefeito de São Paulo visitou ontem Caetés, terra natal do ex-presidente, no interior de Pernambuco.

No município, o ex-ministro falou que irá "manter posicionamento político e moral em torno da liderança do Lula e do desejo de mais de 50% dos brasileiros".

Haddad afirmou ainda que vai "conversar com Lula na segunda-feira (amanhã) pela manhã e levar o quadro jurídico do que é possível fazer diante da desautorização da ONU por parte das autoridades da Justiça Eleitoral". De acordo com ele, a "Justiça Eleitoral, nesse caso, talvez não seja a última palavra".

A principal tese dos advogados de Lula no TSE baseava-se em parecer elaborado por comitê das Nações Unidas segundo o qual o petista tem direito de disputar as eleições presidenciais.

Em julgamento na sexta-feira, todavia, seis dos sete ministros do tribunal discordaram dessa argumentação.

Por 6 votos a 1, o colegiado indeferiu o pedido de registro de candidatura de Lula com base na Lei da Ficha Limpa - a solicitação havia sido alvo de 17 contestações.

O ex-presidente está preso em Curitiba há quase cinco meses. Ele foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex de Guarujá.

Apesar do veto da Corte, Lula divide o protagonismo com Haddad na primeira propaganda política do PT na TV. A peça foi veiculada ao meio-dia de ontem.

Sem indicação de quem é o candidato a presidente na chapa e quem é o vice, a publicidade se constitui de imagens feitas em frente ao prédio da Superintendência da Polícia Federal, no Paraná.

Nela, o ex-presidente defende-se de acusações de corrupção e assegura que vai "passar para a história como o presidente que mais fez inclusão social".

No mesmo vídeo, o petista acrescenta: "Mas eu não sei como eles vão passar, como juízes ou como algozes", diz sem nomear ninguém. 

Haddad afirma então que Lula está preso "enquanto o governo Temer bagunça o Brasil".

Segundo decisão inicial da Corte Eleitoral, o PT não poderia fazer campanha na TV e rádio até substituir Lula na cabeça de chapa. 

Relator do caso, o ministro Luis Roberto Barroso estipulou prazo de dez dias para que a legenda alterasse a composição partidária. 

Nesse período, o partido não poderia dispor de recursos públicos.

Em reunião fechada realizada já na madrugada de ontem, no entanto, o colegiado reviu parte do voto de Barroso, atenuando a sanção - o PT poderia manter a campanha no horário eleitoral, mas sem a presença de Lula como candidato.

Conforme a legislação eleitoral, apoiadores só podem ocupar no máximo 25% do tempo de cada peça produzida. A propaganda presidencial é levada ao ar às terças, quintas e sábados.  Fonte: O Povo

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