(Foto: Antônio Rodrigues) |
Crato. Depois
da Prefeitura apresentar um projeto piloto para a comunidade, no último dia 17
de março, a obra de revitalização do Balneário da Nascente avançou neste mês de
setembro. No último dia 11, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) se
reuniu com representantes das secretarias municipais para discutir a
regulamentação fundiária, a prospecção ambiental e restauração de eventuais
equipamentos históricos. Até a próxima semana, a Secretaria de Cultura deve
divulgar sua proposta de obras para o equipamento.
O
projeto, criado pela Secretaria de Cultura de Crato, prevê a permanência dos
bares, que serão reformados, a criação de um anfiteatro, um delicatessen, que
será entregue à comunidade, e a restauração da antiga casa de força da usina
hidrelétrica, inaugurada no dia 4 de dezembro de 1938, que produziu, pela
primeira vez, a energia elétrica no Cariri. "Vamos restaurar as ruínas e
organizar o maquinário. Também vamos colocar totens com a historiografia do
local", explica o titular da Pasta, Wilton Dedê.
Dentro
do espaço, será feito uma lâmina d'água com figuras emblemáticas da cultura do
Cariri e, nela, também serão contadas histórias, como a lenda da pedra da
Batateira. "Vamos colocar figuras de fibra, como a mãe d'água, e figuras
do lendário negro, pois lá no Sítio Luanda tem resquícios de quilombos
reconhecidos pelo IBGE. Também vamos lembrar a história das telhas d'água",
acrescenta Dedê. Paralelo a este projeto, também há outra proposta, ainda sem o
mesmo avanço, de colocar a usina para funcionar novamente.
Na
década de 1980, o Balneário da Nascente foi criado às margens do Rio Batateira.
De lá pra cá, houve manutenção física, mas, nos último anos, está abandonado. A
antiga casa de força da usina está em ruínas e o maquinário desprezado. O mau
cheiro é latente, já que o espaço serve como um "banheiro" para os
visitantes. No corredor da passagem de água, o mato avançou.
Por
enquanto, não há recurso para iniciar a reforma, mas a Prefeitura espera
conseguir R$ 2 milhões através de uma emenda parlamentar e o mesmo valor
através da Secretaria Estadual de Turismo. No entanto, o projeto arquitetônico,
inclusive em 3D, já foi finalizado. "Este dinheiro não está aportado, mas
foi prometido. É aguardar o término da eleição para buscar os aportes
financeiros", completa.
No
último dia 11 de setembro, o MPCE convidou as secretarias de Cultura, Turismo,
Infraestrutura, Meio Ambiente e Administração para discutir questões referente
ao local. A principal preocupação é que não há nenhuma regularização fundiária.
"Nosso
viés é quanto à regularização e a preservação ambiental. A gente quis delimitar
quais as secretarias que têm responsabilidade sobre os equipamentos e áreas do
local", explica o promotor Thiago Marques Vieira.
Viabilidade
A
Prefeitura Municipal fará o georreferenciamento do local. Em seguida, deve se
reunir com órgãos ambientais e ver a viabilidade do projeto. "Feito isso,
partimos para o projeto executivo que a Secretaria de Infraestrutura já está
trabalhando", explica Wilton Dedê.
Uma
comissão foi criada para acompanhar o projeto formada pelo Geopark Araripe,
pela Sociedade Anônima de Água e Esgoto do Crato (SAAEC), Universidade Regional
do Cariri (URCA), Associação de Moradores do Sítio Luanda e pelas secretarias
municipais. Diário do Nordeste
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