Por conta do impasse, os comerciantes de Tauá já começam
a
sentir o reflexo da falta de dinheiro em circulação.
(Foto: Honório Barbosa)
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Tauá. Moradores,
lideranças políticas, sindicais, comunitárias e empresariais lamentam o quadro
de indefinição vivenciado nos últimos 10 dias, após cassação do prefeito Carlos
Windison pela Câmara de Vereadores. As contas da Prefeitura estão bloqueadas,
pagamento de salário começa a atrasar, o mesmo ocorre com fornecedores. O
varejo reclama da queda nas vendas.
O
município de Tauá enfrenta uma situação de impasse administrativo e jurídico.
Na última quarta-feira (12), a Câmara de Vereadores cassou por 11 a 4 o mandato
do gestor, Carlos Windson. Na quinta-feira, 13, ocorreu a posse do
vice-prefeito, Fred Rêgo e, na noite de sexta-feira (14), o ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, concedeu liminar suspendo o processo de
cassação.
O
vice-prefeito, Fred Rêgo, ficou apenas dois dias úteis na gestão. Na
terça-feira (18), o prefeito Carlos Windosn retornou ao Gabinete. Rêgo estava
ausente e preferiu não confrontar a situação. "Não houve invasão de
Gabinete e só retornei depois da publicação da liminar no Diário Oficial da
Justiça", justificou Windson. O quadro tornou-se mais indefinido depois
que o presidente da Câmara de Vereadores, Luís Tomás Dino, foi notificado da
decisão do STF e decidiu descumpri-la. O parlamentar apresentou uma reclamação
ao Supremo, justificando que não poderia cumprir a liminar.
Dino
alegou que a liminar foi concedida dois dias após o processo de cassação estar
concluído. "Vivemos um impasse e estamos no aguardo de uma nova decisão do
ministro Gilmar Mendes", disse o vereador Felipe Viana, da bancada de
oposição.
Carlos
Windosn mostrou-se tranquilo. "No Gabinete está tudo sereno, mas essa
situação de impasse e o bloqueio das contas da Prefeitura no Banco do Brasil,
em decorrência da mudança de gestores, têm gerado transtornos administrativos".
O gerente do Banco solicitou parecer da assessoria jurídica e pediu prazo de
cinco dias úteis, que termina nessa segunda-feira".
O
gestor aguarda a liberação das contas para realizar pagamentos de servidores da
Saúde, empresas prestadoras de serviço, fornecedores e repasse para a Câmara de
Vereadores. "Sem dúvida, o bloqueio das contas traz uma série de
problemas", frisou Carlos Windson. "Estou dialogando com os
fornecedores, com as empresas de transporte escolar, de recolhimento de lixo, postos
de combustíveis para manter o funcionamento dos serviços". O desembolso da
folha de pagamento da Secretaria da Saúde está atrasado há dez dias e se não
ocorrer logo a liberação das contas mais servidores terão seus salários em
atraso.
O
presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Tauá, Ailton Maciel de
Souza, lamentou a situação. "Há uma crise de estiagem que já dura sete
anos e a situação agravou-se com a crise econômica nacional. Essa indefinição
da Prefeitura afetou ainda mais o varejo". Diário do Nordeste
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