A crise econômica e o
orçamento apertado fizeram com que 11 mil beneficiários deixassem de utilizar
planos de saúde no Ceará. Os números são da Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) no comparativo dos meses de junho de 2017 e 2018. No período,
as pessoas atendidas giravam em 1,275 milhão no ano passado, enquanto neste, o
índice ficou em 1,264 milhão.
"Os gastos com
saúde estão entre as causas de endividamento das famílias, assim como o ensino
privado. As pessoas estão cortando esse tipo de compromisso financeiro mensal e
buscando alternativas como clínicas populares", afirma o economista Alex
Araújo.
Para ele, a inflação
média dos planos de saúde, com reajustes anuais, supera o limite do Índice de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), um custo maior para os usuários. "As
operadoras também sentem dificuldades, já que a base de clientes é reduzida. O
equilíbrio financeiro das empresas é colocado à prova com o aumento das
despesas", alerta.
Outro fator que pode
ter influenciado é a questão comportamental. "O perfil do usuário de plano
de saúde que procura consultas é de pessoas mais velhas. O jovem, na nossa
cultura do consumo, não se preocupa muito. Isso se concentra nas famílias que
têm crianças ou idosos, que requerem mais atenção", explica.
"Torna-se um
problema no futuro, pois as pessoas acabam recorrendo ao SUS (Sistema Único de
Saúde) para intervenções mais caras, como cirurgias, hemodiálise e
procedimentos de alta complexidade", complementa Alex. Fonte: O Povo
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