Romaria de Nossa Senhora das Dores em Juazeiro do Norte
(Foto: Ana Lima)
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Juazeiro
do Norte. Sob sol forte, cerca de 600 cavaleiros, vaqueiros e carroceiros
deram início aos festejos da Romaria de Nossa Senhora das Dores – a segunda
maior do Município -, na manhã deste sábado, dia 1º. Com a imagem da padroeira
à frente, conduzida pelo tradicional carro de boi, a cavalgada partiu da
Praça do Giradouro até a Praça dos Romeiros, percorrendo algumas das principais
ruas e avenidas da Cidade.
Logo
cedo, às 6h, deu início a concentração, reunindo vaqueiros das comunidades
rurais de Juazeiro do Norte e de localidade vizinhas como Brejo Santo, Missão
Velha e Jardim. Às 8h, o grupo deu início a cavalgada que durou cerca de uma
hora e meia, terminando com a bênção sob os pés da Basílica de Nossa Senhora
das Dores. No trajeto, outros cavaleiros se uniram e foram saudados pelas
população que acompanhou nas calçadas. “É meu primeiro ano. Vim pela fé, mas a
gente se diverte”, exalta o o carroceiro Cícero Damião Coelho.
Segundo
o padre Cícero José da Silva, pároco da Basílica de Nossa Senhora das Dores e
idealizador da cavalgada, o evento busca resgatar a tradição e história de
Juazeiro já que as primeiras romarias aconteciam graças ao transporte animal. “O
carro de boi foi o primeiro meio de transporte usado pelo Padre Cícero como
também pelos romeiros. Queremos fazer presente a história desse povo e,
ao mesmo tempo, uma homenagem aqueles que hoje como vaqueiros, amantes da
vaquejada, pedem a bênção a Deus e ao Padre Cícero”, justifica.
Para
os vaqueiros, a cavalgada já é parte de uma tradição. No caso da vaqueira Maria
Auxiliadora Gonçalves, por exemplo, ela já participou de encontros em Brejo
Santo, Farias Brito e Missão Velha. Como moradora de Juazeiro do Norte, dessa
vez aproveitou e trouxe toda a família. “Marido, filho, neto, nora. É lazer,
tradição. A gente gosta e sempre dá vontade de ir. Vai cantando, conversando,
todo mundo junto. Família unida. Ano passado vim e daqui pra frente vou
continuar. Vou pedir pra Nossa Senhora saúde, força e coragem para próximo ano
está aqui”, antecipa.
Já
o aposentado Raimundo Menezes e seu amigo, o artesão Mauro Seleiro, o encontro
é uma forma de manter a tradição e reencontrar com o parceiros de outras
vaquejadas. “Isso é a cultura do nosso sertão”, explica Raimundo. “Como
trabalho no couro, eu abraço essa causa. Faz parte de minha profissão. Eu
trabalho para os vaqueiros. É uma coisa que a gente deve resgatar. Tudo era
transportado nos lombos de animais. Nossos netos não sabem o que é isso. Não
podemos deixar morrer uma coisa que sempre foi nossa”, justifica Mauro.
Romaria
De
10 a 15 de setembro, são esperados cerca de 400 mil romeiros em Juazeiro do
Norte. Na programação, além das missas diárias, haverão os noitários e algumas
procissões nas comunidades. “Espera-se que seja uma romaria recorde, porque
Juazeiro tem se preparado a cada ano. Agora, mais do que nunca, através de sua
gente e com nosso suporte, será bem melhor”, acredita o prefeito Arnon Bezerra. Blog Diário Cariri
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