segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Mais de 30 hectares são devastados em Canindé


Não há registro de incêndios, dessas proporções, já terem atingido a região (Foto: Alex Pimentel)
Canindé. Após quase duas semanas de combate ao fogo em dois assentamentos na zona rural deste Município, os brigadistas de Emprego Prevfogo, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) conseguiram eliminar mais riscos de incêndio em cerca de cinco mil hectares de mata nativa dessas duas áreas federais. Pelos cálculos preliminares, 30 hectares da Caatinga preservada foram devastados pelas chamas. Entretanto, os levantamentos reais dos danos ao meio ambiente ainda estão sendo realizados.

Na avaliação do chefe de Brigada de Pronto Emprego do Ceará, Talys Anderson Silva, a devastação da flora e da fauna nos assentamentos Jacurutu e Lagoa Verde, a cerca de 25Km da sede, não foi maior porque o Grupamento do Corpo de Bombeiros no Município, com o auxílio de 60 moradores, agiu quando as chamas começaram a se alastrar pela região. Apesar de não conhecerem as técnicas de controle de incêndios florestais, a contribuição foi significativa.

Tanto os brigadistas quanto os assentados lamentaram a demora da chegada do Prevfogo no local dos focos. O presidente do Assentamento Jacurutu, Antônio Francisco Bernardino, conhecido como "Antônio Mota", admitiu o atraso em acionar a única equipe do Ibama no Estado. Ele desconhecia o serviço. Só ficou aliviado quando eles isolaram os riscos, já que os pontos de fogo se multiplicaram.

Desde a fundação do Assentamento, em 1995, nunca havia ocorrido um incêndio dessas proporções. Parte dos moradores até produz carvão, mas por meio de plano de manejo, garante. Como o período de estiagem começou, também estavam cortando lenha, de forma sustentável, segundo suas informações. Tudo virou cinzas nos últimos dias, lamentou, destacando o esforço dos bombeiros militares no primeiro combate. Mas havia lugares aonde o caminhão-tanque não chegava. Apesar de seca, a mata é muito fechada, principalmente quando se aproxima dos serrotes.

Crime ambiental
Os ventos fortes e a vegetação seca desta época são os principais fatores do alastramento do fogo causado pelo ser humano. Por isso é importante ter cuidado e atenção, mesmo nos casos de queimadas, quando o fogo é controlado, geralmente por trabalhadores rurais, em áreas de cultivo. Qualquer descuido pode provocar um incêndio de grandes proporções, explica Talys Silva. "Vale lembrar que causar incêndio em mata ou floresta é crime ambiental. Está previsto pela Lei Nº 9.605/98. A pena, nesses casos, é de reclusão de dois a quatro anos e multa", acrescenta. Diário do Nordeste

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