Não há registro de incêndios, dessas proporções, já terem
atingido a região (Foto: Alex Pimentel)
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Canindé. Após
quase duas semanas de combate ao fogo em dois assentamentos na zona rural deste
Município, os brigadistas de Emprego Prevfogo, do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) conseguiram eliminar mais
riscos de incêndio em cerca de cinco mil hectares de mata nativa dessas duas
áreas federais. Pelos cálculos preliminares, 30 hectares da Caatinga preservada
foram devastados pelas chamas. Entretanto, os levantamentos reais dos danos ao
meio ambiente ainda estão sendo realizados.
Na
avaliação do chefe de Brigada de Pronto Emprego do Ceará, Talys Anderson Silva,
a devastação da flora e da fauna nos assentamentos Jacurutu e Lagoa Verde, a
cerca de 25Km da sede, não foi maior porque o Grupamento do Corpo de Bombeiros
no Município, com o auxílio de 60 moradores, agiu quando as chamas começaram a
se alastrar pela região. Apesar de não conhecerem as técnicas de controle de
incêndios florestais, a contribuição foi significativa.
Tanto
os brigadistas quanto os assentados lamentaram a demora da chegada do Prevfogo
no local dos focos. O presidente do Assentamento Jacurutu, Antônio Francisco
Bernardino, conhecido como "Antônio Mota", admitiu o atraso em
acionar a única equipe do Ibama no Estado. Ele desconhecia o serviço. Só ficou
aliviado quando eles isolaram os riscos, já que os pontos de fogo se multiplicaram.
Desde
a fundação do Assentamento, em 1995, nunca havia ocorrido um incêndio dessas
proporções. Parte dos moradores até produz carvão, mas por meio de plano de
manejo, garante. Como o período de estiagem começou, também estavam cortando
lenha, de forma sustentável, segundo suas informações. Tudo virou cinzas nos
últimos dias, lamentou, destacando o esforço dos bombeiros militares no
primeiro combate. Mas havia lugares aonde o caminhão-tanque não chegava. Apesar
de seca, a mata é muito fechada, principalmente quando se aproxima dos
serrotes.
Crime
ambiental
Os
ventos fortes e a vegetação seca desta época são os principais fatores do
alastramento do fogo causado pelo ser humano. Por isso é importante ter cuidado
e atenção, mesmo nos casos de queimadas, quando o fogo é controlado, geralmente
por trabalhadores rurais, em áreas de cultivo. Qualquer descuido pode provocar
um incêndio de grandes proporções, explica Talys Silva. "Vale lembrar que
causar incêndio em mata ou floresta é crime ambiental. Está previsto pela Lei
Nº 9.605/98. A pena, nesses casos, é de reclusão de dois a quatro anos e
multa", acrescenta. Diário do Nordeste
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