O general Hamilton Mourão, candidato a vice na chapa de
Jair Bolsonaro (PSL). (Foto: Tiago Queiroz/Estadão)
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Em
palestra na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Uruguaiana, no Rio Grande do
Sul, o general Hamilton Mourão, vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL) nas eleições
2018, afirmou que o 13º salário e o pagamento de adicional de férias são
“jabuticabas” – ou seja, só ocorrem no Brasil.
“Temos
umas jabuticabas que a gente sabe que são uma mochila nas costas de todo
empresário”, disse Mourão. Jabuticabas brasileiras: 13º salário. Como a gente
arrecada 12 (meses) e pagamos 13? O Brasil é o único lugar onde a pessoa entra
em férias e ganha mais”, completou. “São coisas nossas, a legislação que está
aí. A visão dita social com o chapéu dos outros e não do governo.”
Não
é a primeira vez que Mourão dá declarações polêmicas na campanha. Neste mês,
Mourão defendeu uma Constituição elaborada por não eleitos e a ideia de que
filhos criados por mães e avós, sem a presença do pai, correm mais risco de
entrar para o tráfico. As declarações causaram irritação na campanha de
Bolsonaro que determinou que ele reduzisse as atividades eleitorais. A campanha
quer estancar o desgaste provocado por declarações polêmicas dos dois aliados.
Outro
assessor de Bolsonaro, o economista Paulo Guedes, também recebeu a ordem para
evitar declarações públicas após declarar no dia 18 de setembro que estudava
uma proposta para eventual governo a criação de um imposto nos moldes da antiga
CPMF, o que põe em xeque o discurso da campanha de redução de imposto. Ambos,
foram desautorizados pelo candidato do PSL.
O
vice de Bolsonaro disse que o País deve ter uma “implementação séria” da
reforma trabalhista do governo Temer e criticou o imposto sindical obrigatório,
extinto com a reforma, em 2017, ao afirmar que essa taxação “é o maior custo
que existe em cima da atividade produtiva”.
Mourão
comentou sobre realizar uma “liberalização financeira” atrelada a uma abertura
comercial “lenta, gradual e segura”. “Essa abertura não pode ser um escancarar
de portas. Ela terá que ser igual à distensão para o período final do governo
militar, como fez o presidente (e general Ernesto) Geisel”, disse. Mourão
também falou em “partir agressivamente para exportar” e em “destravar o
Mercosul”, que classificou como “feira ideológica”.
Sobre
a fala do economista Paulo Guedes sobre recriar a CPMF, Mourão disse que, “para
que ocorra algum tipo de imposto dessa natureza, os outros devem ser baixados”.
O vice de Bolsonaro também criticou desonerações e afirmou que se deve
“paulatinamente organizar tudo isso”. “(As desonerações) não podem ser cortadas
da noite para o dia”, afirmou.
Em
sua fala, o general defendeu uma “disciplina fiscal”. “Terá que ser produzido
um ajuste fiscal. Sem o ajuste, o governo vai fechar e isso vai importar em
sacrifícios de toda ordem”, disse. Mourão afirmou que esse ajuste deverá ser
feito “pelo enxugamento do Estado” e com renegociação dos juros da dívida
pública. Estadão
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