"Realização de um sonho", comemora o professor
(Foto: Alana Soares)
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Um
professor do ensino básico e técnico de Juazeiro do Norte foi aprovado com
bolsa para estudar em uma das universidades mais prestigiadas do mundo, a
Harvard University, nos Estados Unidos.
O professor Ciswal Santos, 31, vinha tentando ingresso na faculdade de Ciências da Computação da instituição americana há dois anos e, segundo diz, é um dos dois únicos brasileiros a conseguirem aprovação este ano.
Bill Gates, bilionário da Microsoft, e Mark Zuckerberg, do Facebook, além de outras 50 grandes personalidades do mundo dos negócios passaram pela renomada Harvard.
Para conseguir a tão disputada vaga na lista de estrangeiros da instituição, Ciswal, que é formado na Faculdade de Tecnologia e graduado em Física pela Universidade Federal do Ceará, precisou passar por 12 avaliações diferentes e propor um projeto de pesquisa original.
"Há dois anos venho tentando entrar em Harvard, que é um sonho para mim, mas o chute batia na trave. Da última vez, das 40 vagas, fiquei em 42º. Mas não desisti e agora consegui!", declara o professor de Física que também tentou o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), no mesmo país.
Durante os 36 meses de faculdade, precisará desenvolver estudos e soluções inovadoras em captação de energia solar e eólica para a região do Cariri.
Apesar da bolsa de estudos, Ciswal optou, no entanto, pelo estudo a distância. “Tenho duas filhas em Juazeiro e emprego. Harvard é um sonho, mas não posso abandonar tudo. Como existe a opção de videoconferência, prestarei as aulas todas as madrugadas, das 23h às 2h, pelo fuso horário”, explica.
Assim, a cada seis meses o professor deve ir a Cambridge, Estados Unidos, fazer provas e avaliações.
COMEÇO DIFÍCIL
O juazeirense relata as dificuldades financeiras pelas quais passou durante a juventude. Sua mãe, faxineira, se desdobrava sozinha para manter os dois filhos como podia.
Aos 12 anos, tudo o que Ciswal tinha era sua inteligência nata e vontade de estudar, que lhe garantiu vaga na Faculdade de Tecnologia aos 16, antes mesmo da emancipação.
Pela amanhã trabalhava em um mercado. À tarde estudava. Pela noite, quando voltada da faculdade, catava latinhas para revenda, a fim de custear seus materiais escolares.
Um dos seus grandes apoiadores, ele lembra, foi José Gondim, dono do antigo “Bar do Zé”, na rua Padre Cícero. O amigo guardava as latinhas de alumínio para Ciswal, que apresentava suas boas notas para ter direito às latinhas vazias.
“Minha primeira faculdade devo ao Zé”, afirma. Gondim morreu em 2015 e Ciswal está à procura de sua família para contar a boa nova. Site Miséria
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