Sol
forte, falta de nuvens, diminuição da velocidade do vento, ausência de chuvas e
baixa umidade do ar favorecem o aumento da temperatura e da sensação térmica
nessa época do ano. São os chamados meses do BR0-Bro (setembro, outubro,
novembro e dezembro). Para quem mora no sertão, o calor torna-se insuportável.
Essa é queixa geral do sertanejo.
Quem
não trabalha seguindo horário fixo evita sair de casa no período da tarde.
Agricultores, trabalhadores autônomos e consumidores dão preferência ao turno
da manhã. Esses trabalhadores já mudaram os horários de trabalho. Até os
carteiros só entregam correspondências e encomendas no turno matinal. À tarde,
fazem trabalho interno.
As
vendas no varejo no turno vespertino caem pela metade, segundo análise da
Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Iguatu e do Sindicato dos Lojistas
(Sindilojas). "Pela manhã, o movimento já está pouco e à tarde
praticamente os consumidores permanecem em casa, poucos saem para as
compras", pontuou, Francisco José Mota Luciano, presidente da CDL local.
As
elevadas temperaturas deixam os moradores enfadados e a reclamação ocorre no
trabalho, em casa e, principalmente, na rua. "O calor voltou com
tudo", disse a costureira, Ângela Ribeiro. "Os dias estão cada vez
mais quentes e ninguém suporta sair ao sol depois das 11 horas".
A
Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) registrou nos
últimos sete dias em estações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no
Ceará elevadas temperaturas do ar em Sobral (38,9º Celsius), Crateús (37,4º),
Tauá e Iguatu (36,9º), Jaguaribe (36,5º) e Quixadá (35,4º).
Segundo
os meteorologistas, depois de meses de clima ameno, junho, julho e agosto, a
elevação em setembro traz essa impressão. "As variações dependem de dias
nublados, umidade e presença de vento", diz o meteorologista da Funceme,
Raul Fritz. "A semiaridez lembra o clima de deserto com amplitude térmica
entre o dia e a noite".
Segundo
o meteorologista, "a baixa umidade do ar, poucos ventos e a incidência dos
raios solares mais próxima à Linha do Equador dão a sensação térmica de
temperatura mais elevada".
Raul
Fritz explicou que quanto mais distante a cidade da faixa litorânea, a sensação
térmica tende a ser mais desagradável e o calor bastante intenso. "Esse
quadro deve permanecer nos meses seguintes e aumentar em dezembro e
janeiro". Diário do Nordeste
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